ALFAIATARIA CASACA DE OURO... 9.43min.

Aqui o frio deu uma trégua, neste domingo amanheceu com “céu de brigadeiro”.

O título de nossa crônica de hoje, parece ter um nome bem “estranho”, mas realmente esta alfaiataria um dia existiu. Ele* não era daqui veio de Santa Catarina, para tentar a sorte buscando uma vida melhor, isto no início dos anos 50 de nossa pacata Curitiba.

O conhecemos quando dava seus préstimos a uma Instituição Espírita, em que a fundação de novas instituições, - Centros Espíritas – foram pródigas nos anos 40,50 e 60, chegou até exercer a presidência daquela instituição, Centro Espírita Francisco de Assis.

Em 1962 iríamos nos casar, e era preciso fazer um terno de casamento com esmero, foi quando o procuramos. Na realidade sua clientela era seleta, gerentes de bancos, advogados, médicos, que na época era quase obrigatório o uso do terno.

Na sua oficina de trabalho, se situava na Rua XV, uma das principais ruas de comércio de nossa cidade, ficava umas quadras após o Imponente prédio da Universidade, fundada no longínquo ano de 1912.

Em 1964, passamos por uma provação, tínhamos uma filha, nascida em 9 de dezembro de 1962, e o menino era esperado com ansiedade, a esposa teve uma gestação difícil, quando a levamos para o Hospital São Vicente, após os procedimentos médicos de praxe, seu médico, optou em fazer a cesariana, porém, a criança não passou bem e dois dias depois faleceu, o que não deixou de ser um trauma para o jovem casal...

Era preciso sepultar pequeno recém nascido, a quem fomos recorrer? A este que se tornara nosso amigo, (tinha um Chevrolet 1941) acompanhados de uma tia e um tio, o pequeno caixão foi ao cemitério para ser sepultado, o que não deixou de ser um trauma para o casal...

Os anos correm céleres, os trabalhos em seu estabelecimento não tinham a “vigor” de antes, foi quando recebeu o convite de um seu parente que morava em Porto Alegre, tinha uma pizzaria e queria abrir uma filial o convidando para administrar, aceitou, antes, porém, passou a alfaiataria a seu antigo colaborador.

Anos depois retorna para residir novamente em nossa cidade, nos reencontramos na mesma casa espírita, não ia mais com tanta freqüência. Casualmente o encontramos no ônibus expresso, quando comentou que havia se mudado, estava morando num apartamento alugado na 7 de setembro, pois seu filho aconselhou vender o imóvel, que morava ali no juvevê...

Não demorou muito soubemos de seu falecimento, estava com 82 anos. De sua longa estadia de trabalho em Porto Alegre, aquilo que poderia vir como lucro, foi tudo perdido, pois um dos funcionários mais antigo entrou com ação trabalhista, que custou todos os recursos que conseguira guardar... Não deixa de ser a vida com seus nuances, uns bons outros nem tanto 10h25min. * Breno Cunha. - Curitiba, 19 de agosto de 2018 - Reflexões do Cotidiano - Saul

http://www.mensagensespiritas.xyz https://www.recantodasltras.com.br//com.br/autores/walmorzimerman

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 19/08/2018
Reeditado em 20/08/2018
Código do texto: T6423596
Classificação de conteúdo: seguro