O inicio de uma Luta
De 10 de Fevereiro de 1980, a 10 de Fevereiro de 1990, fui simpatizante do PT. Filiei-me em 1990.
Quem é militante ativo voluntário por ideias como eu fui, sim, hoje já não tenho mais o pique dos 30 a 35 anos atrás. Eram carreatas, passeatas, plenárias e reuniões diversas.
Como comecei dizendo sobre militância ativa, encontrei argumentos completamente despolitizados ; “Rouba mas faz” doía ao ouvido. Ouvia argumentos completamente fora da curva, despolitização total, vendedores de votos era de montão. O pior era as agressões verbais. Em minhas tentativas de convencimento, ouvi cobras e lagartos. Na eleição Lula x Collor em 1989, ao dar um panfleto do Lula, o cara o rasgou e cuspiu nele. Um outro fez uma bolinha do panfleto e atirou na coleta de lixo, me chamando de comunista, pensando que estava me ofendendo. Um Senhor, eu quis ser gentil, ao perguntar-lhe como estava indo, respondeu-me que estava bem as custas dele. Uma moça, dizendo universitária, chamou Lula de analfabeto e comunista, mas em dúvida se votava em Fernando Collor ou em Roberto Freire do PCdo B. na época. Tive vontade rir, mas deixei pra lá. Mas seria muito injusto não dizer que tive solidárias recíprocas.
O mais hilário foi no interior de Minas Gerais, numa localidade onde morei. Encontrei muitos amigos e vendendo o meu peixe, isto é, o candidato Lula. Um desses amigos cuidava da manutenção de uma fazenda, ganhando cinco cruzeiros por dia. Estava maltrapilho, boca banguela, esposa no mesmo naipe, crianças barrigudinhas de vermes, quando o falei sobre o Lula,ele manifestou alto e cheio de entusiasmo; “Ô Lalá, ocê, seu pai e dona Bela, mora no meu coração, mais eu sou é Cola!” Dizia que o Collor era de Deus e Lula do Coisa ruim. Dizia que os comunistas tomariam os filhos dele.
Na época eu era por demais dogmático, depois tive de conviver com o pragmatismo. Tivemos o Lula” Quase Lá” virou título de livro. A luta continuou e continua. “LULA LIVRE”.
Lair Estanislau Alves.