Dobras rugas e velas
Dobras rugas e velas
Chega, hoje não quero mais saber de televisão, esta é um atraso a evolução do homem. Tudo precisa correr como seus comerciais. A roupa que você veste, seu perfume, o carro, sua dieta, sua silhueta então, não sai da tevê. E caso não se amolde a isto, será o patinho feio da turma.
Pensando bem, vou trocar o tempo de acadêmia, ciclismo, regime da lua, dos carboidratos, da aromaterapia que nos fazer ter uma silhueta da moda, por coisas ruins. Sei lá, acho que vou cheirar picanha na brasa, cerveja de puro malte, vinho colonial, fazer a dieta do açai, traz que nós açai em casa.
Vou dormir tarde, acordar mais tarde ainda. Vou beijar alguém como eu, imperfeito. Com dobras, rugas, sem silicone, barriga maquina de lavar roupas. Será que existe alguém assim?
Que apenas goste da vida, como ela é. Deve existir uma pessoa que curta ler, passear de mãos dadas (sem o celular), que não esta nem ai, com a balança, que balançem suas gordurinhas. Aquela pessoa que sai para andar, sem ter hora para voltar. Aquele motorista da rodada, que lembra, semana que vem, você estará de castigo. Onde tem um parceiro assim? Que venham de penca.
Veja, estou aqui, vendo uma bela mulher na teve, dizem ter mais de sessenta. Uma silhueta, de fazer inveja a três meninas de vinte.
Que a experiência de vida, me faça feliz com minhas rugas, dobras, e aquele amontoado de velas em meu bolo. Que em meu próximo aniversário, sejam necessários dois bolos, para tantas velas. Mais, que em minha casa estejam todas as pessoas que eu amo. E felizes, com suas dobras, rugas e velas. Ou até mesmo com o silicone, de sua bengala.
Uma silhueta perfeita, não se sobrepôem a qualidade de vida. Até por que está, só com a experiência na longa caminhada, que fazemos com amigos, não com os comerciais de perfeição.
Paulo Cesar