PERSEGUIDOS POLÍTICOS. "POBRES DE ESPÍRITO".

O mais notável personagem que figura na história como perseguido político foi Jesus de Nazaré. Morreu por confrontar o Império Romano, não para derrubá-lo, logicamente, mas por ser dizer “Rei dos Judeus”, e assim crucificado com a placa do deboche acima de sua venerável cabeça, Iesus Nazarenus Rex Iudeorum.

Era o bastante, a máxima ousadia, era um sedicioso. Se dizer Rei nos domínios do Império Romano.

No Brasil, depois de desastrosa gestão e liderando seu partido, um condenado/inelegível para qualquer cargo de representação popular, mesmo a vereança, pretende (ainda pretende sob o manto dos “pobres de espírito”) e se diz candidato à presidência da nação e nessa incorporação política vai aos tribunais disputar o impossível. E assevera soprado e insuflado por sua população/claque de nenhuma visão de nada, ser um preso político. Pobreza de espírito vernacular de lente aumentada no préstito dos seguidores que pouco entendem das manifestações humanas celebrizadas. Mas compreende-se, estágio de difícil alcance inserido na "Ágora do Pensamento."

Bradou aos quatro mundos essa “qualidade”, como se veraz fosse, tribunais internacionais inclusive, que nenhuma jurisdição de soberania têm no Brasil, contratando advogados de renome no exterior a altíssimos custos, e ouviu um NÃO EXPRESSIVO, CRIMES CONTRA O ERÁRIO PÚBLICO, decisório resultado da dicção de tribunais externos onde a magistratura, caluniada, se fez representar por suas entidades de classe, defendendo sua lisura.

Se comparou o condenado/inelegível, a quem sofreu para libertar seu povo como Mandela, só para ficar em quem passou um terço da vida encarcerado corajosamente em imolação por seu povo, e não foi condenado por ilícito de vários alcances pelos tribunais de seu governo por incontáveis magistrados acossados por centenas de recursos impróprios para dizer a Justiça.

Fora isso, ouve-se uma claque que não entende o que lê, que faz a apologia do absurdo na insuficiência da exegese mínima. Lógico, não têm condição de incorporarem entre outros, um FERREIRA GOULART, que fez um "mea culpa" antes de partir. Não era um pobre, mas rico em espírito na fala do Cristo.

E já faz algum tempo, se disse o "perseguido", entre favas e marimbondos sempre cuspidos, que era mais conhecido do que Jesus de Nazaré, quando de um dos pleitos que disputou. Afirmou de sua estatura anã, que em cantos longínquos do mundo, seu nome era conhecido, o de Jesus não. Não em vão aqui se começa o pagamentos de penas.

De meu livro “A Inteligência de Cristo”, colho uma das “BEM-AVENTURANÇAS”.

“Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.Promete Jesus o Reino dos Céus aos pobres de espírito.

Quem são os pobres de espírito (ou pobres em espírito) e que seria o Reino dos Céus? .

A primeira vista, dirigida a leitura para pobreza “em espírito”, nesse sentido, como querem alguns, pareceria que seria a ausência de espiritualidade, presente somente a matéria. Inexistiria para as pessoas “pobres em espírito” outra vida além da material. Estaríamos no terreno da exclusão que Cristo repelia pois todos são filhos de Deus.

Bem-aventurado no grego clássico, Makariori, significava felicidade, boa sorte, bem estar. Os clássicos da iluminada filosofia grega, ponto de partida da filosofia como um todo na expressão da filosofia universal, se valiam do vocábulo em saudações coloquiais, comunicando seus votos de felicidades, bem como sinalizando e apontando os bem nascidos, educados e felizes. Eram os bem-aventurados.A expressão "pobre de espírito", em contrapartida, na época de Jesus Cristo, era usada para aqueles que não possuíam bens materiais, eram então os simples, os humildes, contrariamente ao que configuravam os fariseus, entendidos como possuidores de um espírito muito adiantado. E os fariseus, como sabido, eram os escribas, cobradores de impostos e componentes de casta elevada socialmente, membros de grupos religiosos judaicos originários do século II AC, que se submetiam ao rigor da fidelidade às sagradas escrituras. Em suma, no entendimento usual seriam os bem-aventurados. Jesus posicionou valores em testilha, em confronto com o perfil à época. Mostrou valores maiores na bem-aventurança. E o fez diversamente de hoje, guardadas as proporções e a evolução das sociedades e, pode-se dizer, de então, quando pela afirmação suprimiu o privilégio e os pressupostos dos bem-aventurados na compreensão da escola grega filosofal, polo irradiador de cultura longevo e fortíssimo.

Para Jesus os que estavam apartados da sorte eram os bem-aventurados. Os deserdados da posse de bens materiais. Era a antítese da tese nessa época, naquela oportunidade segundo os costumes."Espírito" era e é utilizado como componente superior do homem, significando a imaterialidade do ser humano, sua parte mais nobre, “sopro do Criador” nos textos bíblicos, princípio maior incorpóreo com etiologia (origem) sobrenatural, consciência de si mesmo, inteligência, razão dirigida e firme na manifestação da vontade que se exterioriza e projeta modificações no mundo exterior, enfim, o lado do homem que o faz sobressair de sua condição humana fragilizada e fugaz na posição de matéria, onde nada mais somos do que pó animado enquanto vivemos e inalamos oxigênio, mutação serena e bela da natureza nos ciclos, pois a morte é o fim de uma vida e o seguimento da vida. Fica certo, portanto, que a bem-aventurança é de todos, e mais importante, dos humildes, ainda que aquinhoados cotidianamente de bens materiais, deles não se apegando nem os colocando no altar dos valores maiores, portanto e também, dos humildes em espírito, dos que sabem que nada sabem por maior que seja o preparo absorvido, pois estão entre aqueles que mais distinguem não serem nem um grão de areia no imenso planeta Terra, pois esta já nada é diante do universo. Estes humildes que amealharam saber conhecem o tamanho de suas restritas dimensões, por mais que tenham domínios culturais acumulados. O monopólio do saber inexiste e quando se atinge grau elevado de conhecimento mais inferiorizamos a conquista do saber por saber que nada se sabe. Se sobre a pessoa se abate a pretensão de ufania de ser ou saber mais do que os outros, os que o cercam, está acionado o freio para nada mais saber. “Tú te fazes grande quando tú te fazes pequeno”, advertia a inteligência do Rabi de Nazaré.”

Ninguém que se compara ao Cristo pode ser humilde em que pese toda a falta de preparo existente, é sim na acepção do jargão popular um “pobre de espírito”, nunca um perseguido de qualquer forma, obtido um decisório da lavra de incontáveis juízes e tribunais, do primeiro ao último grau.

Perseguidos foram aqueles abandonados por uma gestão que frequenta os tribunais como vítimas de um governo de procissão de desvios definidos, investigados, processados com amplíssima defesa, e condenados.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/08/2018
Reeditado em 17/08/2018
Código do texto: T6421790
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