DIARIAMENTE
 
As noites sempre foram minhas parceiras, intimistas, confidentes, acolhedoras das minhas quimeras, fomentadoras da minha arte de buscar as melhores palavras e argumentos para vender as ilusões que tanto criei e tanto vendi – comumente a mim mesmo.
 
As madrugadas então, essas parecem abrir meu horizonte de ideias e inspiração. Nas madrugadas faltam-me dedos para digitar a torrente de expressões que me chegam aos turbilhões. A madrugada, em mim, conspira em prol do poeta.
 
Já as manhãs não me são confortáveis. Talvez pela produção noturna, reais ou advindas dos longos e cansáveis sonhos. O dia deveria, para meu sossego, iniciar somente lá pelas 11.
 
Já a tarde me faz bem. Desperto finalmente e finalmente estou pronto para pensar, arquitetar e cuidar dos planos reais, podendo apalpar sem preguiça a minha realidade, a minha lida.
 
O anoitecer sim, é bom demais. Os fins de tarde me energizam e com minhas baterias recarregadas espero a noite, a madrugada.
 
Assim são os dias, pela metade.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 16/08/2018
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