Os quatro "pai"!
Os quatro “Pai”!
Aproveitando o dia dos pais, vou relembrar que houve um tempo em que lidava com a ideia da não existência de filho(a) sem pai: ausente, desaparecido, falecido, recusado... todo(a) filho(a) tem pai!
De uns tempos para cá ampliei para a noção de que todo(a) filho(a) tem quatro “pai”.
Um pai é aquele que num tal dia, de manhã, de tarde ou de noite, tenha sido onde tenha sido, num momento de êxtase, procura, loucura, brincadeira, afirmação, bobeira, mera distração, descuido involuntário, depositou no íntimo da amada, da estranha, da amiga, de sei lá quem, um tanto absurdo de sementes fatídicas, acolhidas em solo fértil, após longas quarenta semanas apresentaram ao mundo o fruto – o(a) filho(a) – é o pai biológico!
O outro pai é consequência incontestável do um pai biológico, de quem, além do filho(a) carregar características genéticas, passa a ser tutelado. É o pai jurídico. Responsável civilmente pelos cuidados do filho(a), pagar pensão, prover o seu sustento enquanto dependente econômica e financeiramente, e do qual o(a) filho(a) é herdeiro vitalício.
Mais um pai é o que gosta e não gosta, de quem o(a) filho(a) gosta e não gosta. Gostar e não gostar se constrói no do dia a dia, no pegar no colo, dar mamadeira, carregar, brincar, brigar, dar banho, andar de velocípede, bicicleta, ir ao parque, à rua, andar, rolar, sujar, limpar... é o pai afetivo!
Um outro pai, é o pai do(a) filho(a). É só o pai do(a) filho(a). É pai que o(a) filho(a) constrói para si. É o pai que o(a) filho(a) deseja, o pai que o(a) filho(a) alucina, aquele que magicamente sustenta, por tanto tempo, a sua razão de viver! É o pai emocional!
É uma construção subjetiva, intima, nada tem a ver com pai biológico, jurídico ou afetivo. É um pai que só existe na imaginação do(a) filho(a).
É a razão última do sofrimento dos filhos!
Com a mãe é a mesma coisa.
Mas hoje é dia do pai!