Estamos sempre com pressa, ansiosos, atarefados, com mil coisas para fazer, correndo contra o tempo; esse ritmo acontece desde nosso nascimento. Precisamos sobreviver, cuidar da carreira, ter ambição, nos educar e construir com rapidez, agilidade e eficiência. Descobri que sou naturalmente lenta, meu ritmo é pausado, mas estou na metade da vida!

Coisas simples, que parecem sem importância, mas que ajudam a quebrar o ciclo: abrir a  janela, parar alguns segundos para observar o céu; o movimento das nuvens e a claridade. Sentir  a temperatura do ar, o sabor de um café quentinho, o frescor de um chá de hortelã, o cheirinho do sabonete na pele, acalmar a mente e reduzir o ritmo.

 
Desacelerar. Diminuir a necessidade de dar conta de tudo, delegar tarefas, compreender que ninguém é insubstituível, ninguém mesmo, inclusive você, ‘’essa parte é difícil’’,nos conduzem à uma existência mais saudável. Houve um tempo em que eu conseguia fazer compras para duas casas,  subir e descer a serra três vezes por semana, dirigindo por duas horas no mínimo e tomar conta de muitas outras coisas. Fiz isso por algum tempo, até ser obrigada a voltar para a cidade por conta das complicações com a saúde. Fui viver na montanha, no meio da mata e da natureza, mas levei o estilo de vida da cidade


 
 A inspiração está em todos os lugares, e a natureza nos proporciona o maior espetáculo todos os dias, renovando o ciclo da vida. Mesmo imersos no pesar, é impossível deixar de perceber a luminosidade da manhã, a temperatura do ar, os sons à nossa volta, perfumes, aromas e gostos. Em cada um dos sentidos, o apelo da existência é um lembrete de que fazemos parte deste ciclo e estamos inseridos neste  contexto mágico. Renovar, existir, prosseguir, aprender, ensinar, perceber, experimentar, respirar. Viver.
 
Hoje o dia está lindo, suavemente fresco e luminoso, o céu muito azul com nuvens branquinhas brincando com a imaginação, traçando formas e convites. A noite passada foi muito complicada, passou, seguiu e agora estou aqui, pés no chão e sorriso no rosto.
Desacelerei.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 12/08/2018
Reeditado em 13/08/2018
Código do texto: T6416995
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