Calei!!!

Calei!!!

O momento é de cautela! Amigos-inimigos nas trincheiras da política, intolerâncias dialogando e tudo servido com ódio e preconceito no cenário opinativo. As pontes foram derrubadas e muros erguidos e o brasil não é e nunca foi Brasil. Ou sempre foi e estava adormecido?

Dedos apontados, violência discursiva e uma massa modelada na acefalia reflexiva grita a solução com simples cálculos ( a complexidade resolvida nas liças cotidianas. Lágrimas de riso e choro). Cada verdade proferida é como um petardo na sensatez. E tudo começa e termina com a barbárie que parece estar do outro lado da porta. Nem chegamos a completar o processo civilizatório e já regredimos ao primitivo.

A certeza ( arma do idiota) é o mote para o embate entre o cretino político e o acéfalo primitivo. A democracia cansada resiste e pede ponderação nos argumentos. Da arquibancada, vejo, apenas, o monstro se erguer da lagoa e tenho vontade de me embriagar até que todos me esqueçam. A festa não está bonita, pá! Não há lírios para colher, apenas erva-daninha no jardim seco dos bosques sem vida e dos amores sem amor. Pátria idolatrada por hereges e santos pecadores.

È melhor, diante das verdades absolutas dos néscios, se calar – cale-se, calo! Entretanto, tomando o cálice amargo da vergonha de ver indivíduos vestidos de cidadãos defendendo o seu com ecos coletivos.

Calei!!!

Mário Paternostro