TEM CADA UMA 


Alguns dias atrás, por volta das 18h, durante uma tempestade, recebi uma foto no Messenger. Estava sem óculos e o quê enxerguei era a imagem de uma menina, uma quase adolescente, mas ao colocar os meus óculos ... voilá! Era a minha neta de três anos: a Bárbara.
Sua mãe havia feito chapinha nos seus cabelos que ficaram lisos, sem vestígio dos lindos cachinhos. 


                                    

Fui logo perguntando:
"O que a Bárbara achou do novo look, Bea?"
"Olhou no espelho, sorriu e depois começou a rir, Mãe."
"Esse cabelo liso deixou a menina com cara de mais velha, não acha?"
"Sem dúvida. Sabe o quê a Babi falou?"
"Nem imagino."
"Rindo feito boba disse: Sou muito linda, né mamãe?"
"Porque será que ela falou isso?"
"Como assim, Mãe?"
"Ué, sempre falamos que ela é linda, muito fofa, etc e tal. Alguém deve ter dito que o cabelo cacheado dela é feio e quando ela viu liso disse aquilo sobre ela ser linda."
"Hummm .... Será?"


Alguns dias depois, minha filha veio me contar que a Bárbara pediu para fazer chapinha novamente.
"Porque Babi?"
"A Profi disse que o meu cabelo era feio. Não quero mais assim ... cacheado. Quero liso sempre."

Pois é, o preconceito surge assim gratuitamente do nada num dia qualquer no lugar onde a criança deve sentir feliz e protegida.

Se não puder dizer algo de bom, o melhor é ficar calado.  



            

 
Calada Eu
Enviado por Calada Eu em 10/08/2018
Reeditado em 10/08/2018
Código do texto: T6415103
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