A noiva
Que lindo momento para ser vivido e ser relembrado a cada momento.
Naquela manhã, por volta das dez horas, em lugar consagrado pela beleza natural, entre árvores de coqueiros, onde alguns pássaros cantarolavam uma linda canção, não uma canção qualquer, mas uma melodia rica de detalhes, porque as notas musicais se espalhavam e se traduziam um lindo som, que era regido pelo maestro natural dos pássaros, sem nenhuma desafinação.
No céu, algumas nuvens se formavam. Não era o prenúncio de chuva, mas uma pequena formação de ventos vinda do oceano e cobria os raios de sol, que timidamente saiam aos poucos. Ora se aqueciam, ora gelavam a paisagem. Uma pequena relva cobria um dos poucos gramados do local. Ao fundo, percebia-se que um nevoeiro pairava sobre algumas árvores altas, ainda pouco visto. As folhas das árvores guardavam uma fina camada de poeira, porque o período chuvoso ainda não chegou e a poeira vinda de uma estrada distanciada de alguns metros cobria aquela vegetação.
Na parte destinada ao estacionamento de veículos, um automóvel iniciava a aproximação. Fazia seu condutor algumas manobras rápidas. Observava-se que ele ainda era um pouco inexperiente na direção, porque em um grande espaço precisou de um longo intervalo de tempo para manobrar. Era ainda jovem aparentando uns dezenove anos. Talvez tenha obtido sua permissão para dirigir há alguns dias, pois sentia-se trêmulo e seus olhos fitavam constantemente à frente do veículo. Estava nervoso e apreensivo pela tarefa de transportar uma noiva, uma mulher na flor da idade que estava prestes a entregar e dizer sim ao tão sonhado e encantado casamento.
Um momento tão delicado e apreensivo. A equipe de filmagem dá alguns passos mais rápidos, para não dizer que iniciava uma grande correria. Alguns fotógrafos erguiam suas importadas máquinas de fotografias à procura de um melhor ângulo. Eram muitos. Um pequeno silêncio e um som harmonizado dos convidados presentes na plateia.
Ouve-se o som forte de um instrumento musical. Seriam dois, três, quatro, até mesmo cinco. Violinos, violas, talvez uma pequena orquestra. As notas soavam fortes, graves, agudas e até mesmo estridentes. Era a canção do amor: A Grande Marcha Nupcial, a música de entrada da noiva.
Com um sorriso nos lábios que se misturava ao batom vermelho, bem forte. Os lindos e branquíssimos dentes faziam parte daquele lindo sorriso. Sua face modificava a cada momento. Era felicidade para dizer o tão sonhado e prestes a ser realizado o sonho de suas núpcias. O casamento era o seu almejo. Bastaria uma pequena palavra: Sim.
De tanta felicidade ao ser vista como rainha, as flores, os convidados, os fotógrafos, a equipe de filmagem, ela estica um pouco seu pescoço e vê, a poucos metros de si, o seu maior presente, a sua maior riqueza e a felicidade de seu noivo. Aquela pessoa que jurará amor, carinho, bondade, honra, respeito em todos os momentos de sua vida. Enfim, uma pequena lágrima escoa de seus lindos e negros olhos. Era a lágrima da felicidade de ser a eterna noiva.