e constatei mais uma vez o quanto não nos cabe os excessos.
Passamos por um grande período de estiagem. Depois, quando a chuva chegou aliviando as gargantas, os narizes e os móveis, ela se aconchegou aqui na atmosfera sulista e não queria ir embora mais de jeito nenhum. Nos processos, observei o ser-humano – inclusive a mim enquanto humana também, ufa – e constatei mais uma vez o quanto não nos cabe os excessos.
Mas, ao contrário do que involuntariamente fazemos, e por estar atenta a esse fato sobre os humanos, resolvi dessa vez pegar o caminho do meio. Agradeci quando a chuva veio, e quando o sol voltou hoje. Desafio difícil na semana que todos os hormônios doem física e emocionalmente. Mas pensem comigo: como é perfeita a funcionalidade de um corpo humano. Como é perfeita a funcionalidade do corpo de uma mulher.
Enfim, pensei nos excessos. Talvez o que temos de funcional e perfeito no nosso corpo, seja menos aplicável no nosso emocional. Amor em excesso existe? Amor de menos? O que faz uma pessoa preferir ver o seu amor caindo de um prédio a se ver sem ele?
Na semana que os hormônios doem eu me sinto ainda mais cansada de ver mulheres que morrem apanhando dos maridos. E de ser sempre tão reprimida por dar atenção demais ou de menos, dos excessos de medo, de lugares distantes, pessoas distantes e a distância que fico da cafeteira aqui no trabalho. As coisas melhoram semana que vem – pensei enquanto tomava o café. Que bom que o sol veio hoje aquecer o meu e tantos corações precisados desse calorzinho. Em tempo, me permitiu permanecer no desafio da gratidão.
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Textos De Quinta - um a cada quinta (ou não)
Não é promessa, é só desejo.