O sol descia lenta e preguiçosamente no horizonte. Dava-me a impressão de se arrastar penosamente na linha imaginária que separava a borda do céu com a terra. As cores em nuances, do vermelho até o alaranjado esmaecido, tornavam o horizonte uma pintura inédita que tocava meu emocional. Minhas mãos se estendiam em direção ao por do sol, como se pudessem tocar aquela obra prima, expressão da beleza fantástica criada por Deus. Ficaram por alguns segundos naquela posição, e eu, em êxtase, consegui sentir a brisa silenciosa que soprava carinhosamente passando por entre meus dedos. Causava-me arrepios e implicitamente o toque era dos anjos. Voavam imperceptíveis apenas movimentando lentamente o ar ao meu redor. Meu coração batia acelerado, agradecido por tal beleza. Não consegui segurar as lágrimas que desciam pelas minhas faces turvando minha visão, mas meus lábios sorriam.
Naquele momento, o silêncio era sentido pelos meus ouvidos que doíam pela falta de sons. Era um silêncio abafado, como se eu estivesse descendo a serra, causava-me surdez momentânea. Lentamente as cores foram se misturando, tornando uma tela pronta para receber o detalhe final. Na minha pequenez, em minha limitada precepção, pude a luz que bilhava e caí de joelhos. Porque a luz, naquele momento, nada mais era que a Sombra de Deus.
Ester Machado Endo
Naquele momento, o silêncio era sentido pelos meus ouvidos que doíam pela falta de sons. Era um silêncio abafado, como se eu estivesse descendo a serra, causava-me surdez momentânea. Lentamente as cores foram se misturando, tornando uma tela pronta para receber o detalhe final. Na minha pequenez, em minha limitada precepção, pude a luz que bilhava e caí de joelhos. Porque a luz, naquele momento, nada mais era que a Sombra de Deus.
Ester Machado Endo