Mosca na sopa
Quando tudo parece perfeito vem algo e estraga. É como a sopa deliciosa que você toma e sem nenhum motivo encontra uma mosca que está ali apenas para por fim ao seu prazer de saborear aquela comida. Foi assim comigo, não com a sopa mas com o amor da minha vida, assim julguei que fosse, até uma mosca vir e pousar sobre meus sonhos de um relacionamento longo e fiel.
Ela sempre me jurou amor e fidelidade e eu sempre a amei e lhe fui fiel. Pena que ela, diferente de mim, apenas fingia ser fiel ao nosso "amor". Não descobri a traição, contaram-me. Por certo alguém que andava incomodado de me ver fazer papel de bobo e continuar comendo a sopa ignorando aquelas quatro moscas mergulhadas no caldo. Sim, ela me traiu com quatro caras no decorrer de um ano. Como superar isso?
Bem, a essa pergunta eu não sei dá uma resposta, mesmo porque até hoje não superei. Não consigo entender como alguém é tão fingida e dissimulada e digo-lhes com toda convicção do mundo, que na vida real a traição não tem o encanto que traz na literatura e cinema, nem a superação. Se há amor não pode haver traição. Assim penso. Mas diferente de mim, ela diz conseguir amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo e ainda me chama de careta.
Não é que eu seja careta, talvez seja, mas não consigo viver com alguém que chega em casa depois de transar com outro e me beija como se nada tivesse acontecido. Não é o ato sexual, é a traição. Da mesma forma que ela transa com outro e finge nada acontecer, pode matar, roubar e não sentir nenhum remorso. Por isso que eu prefiro, mesmo correndo o risco de ser tachado de careta, comer minha sopa tendo a certeza que não tem nenhuma mosca nela, e se por acaso desconfiar da mosca em minha sopa, prefiro não comê-la. Têm coisas que não consigo digerir e a traição é a principal delas.