Alegria é melhor do que o clímax sexual, porque geralmente dura bem mais que o prazer proporcionado por esse ato carnal. Mas de certo modo estão associados, pois neste momento o prazer proporciona uma felicidade sem igual, oportunidade em que a vida assume um aspecto bem diferente do usual, ao melhorar o nosso estado emocional de uma forma mais do que radical. Contudo, a felicidade a que me refiro é aquela que surge de repente, sem que haja para isso um motivo aparente, e faz que enxerguemos um mundo mais colorido sempre que se faz presente. O riso de uma criança, um pássaro voando, uma abelha que pouse numa flor, tudo assume um aspecto envolvente que desperta um súbito sentimento de amor. Mesmo a nossa fisionomia sofre uma brusca transformação, ao assumir um brilho resplandescente que revela o estado de nossa alma bem sutilmente, o suficiente para que todos reparem que ficamos agradavelmente diferentes. Neste momento, os sentimentos negativos somem como por encanto e cedem espaço para que o bem-estar se instale em todos os cantos. Sim, ficamos felizes ao nos sentirmos contentes em darmos valor a tudo que antes nos era indiferente, por ser um sentimento tão gratificante e exuberante, que aflora dentro da gente e fica espelhado indelevelmente em nosso semblante. E nesse instante gratificante, louvamos a vida por a considerarmos um dom mais do que importante, por estimular o viver e nos proporcionar a energia necessária para seguirmos adiante.

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