A MINHA ESCOLA DO CORAÇÃO.
Essa semana estive na Escola Estadual Francisco Antonio de Medeiros, no bairro Belo Horizonte (antigo “saco”), para pegar uma declaração da sua atual diretora. O prazer de rever os amigos que lá deixei, foi imenso. As lembranças de oito anos passados ali desfilaram ante meus olhos, causando uma nostalgia sem tamanho no coração desse humilde professor.
Lá estavam, ainda, o Nivaldo, o Dedé Morais, o Beto e a Silvinha, todos eles, funcionários de longas datas e referencial histórico da Escola. Dos professores conhecidos, a metade ainda labuta na tarefa de repassar conhecimentos aos jovens estudantes, sempre com a esperança de que as lições sejam aprendidas e usadas para um bem maior, chamada nação.
Minha querida supervisora Bernadete não se encontrava mais por lá. Tinha se aposentado depois dos merecidos 30 anos dedicados à educação e a tarefa de auxiliar os docentes no planejamento de suas atividades. Era uma mestra dedicada e “mãe” de todos os professores, exercendo suas atividades com carinho, tendo sempre uma palavra de incentivo, de conselho e solução para as adversidades enfrentadas no dia-a-dia, principalmente, por parte dos discentes do estabelecimento de ensino.
Lembro-me bem do respeito que todos a tinham. Até por parte de quem não seguia o caminho correto da vida. Isso ficou gravado em mim numa certa noite de dezembro, término de ano letivo, quando tivemos de voltar a pé para o Bairro do Alto da Conceição e no caminho fomos abordados por quatro jovens com intenções de nos subtrair dos pertences que levávamos e, os mesmos, ao reconhecê-la, desistiram do intento.
O aperto de mão dado no professor Nilson “o bonitão”, foi especial. Fazia muito tempo que não nos víamos e, juntamente com o Ercílio, formávamos o trio das sextas, quando ficávamos, depois das aulas, filosofando entre um copo e outro de “loira”, no barzinho de Valdércio, no conjunto dos professores. Foi gratificante esse reencontro.
Relembramos momentos e, como sempre, o Ercílio (gozador por natureza), ia me atualizando das últimas novidades, todas elas, claro, com relação ao “bonitão”. Disse-me, por exemplo, que o Nilson agora adotou a mania de usar camisa pelo avesso – dizendo que é última moda – e que já não precisava mais pegar fila (uma clara alusão aos cabelos grisalhos do mesmo), pois em cada banco existe uma fila exclusiva para os idosos.
Isso me fez lembrar o dia que o Nilson chegou com uma camisa cor rósea (“salmão”, segundo ele). A equipe de professores, liderados por Ercílio, comprou cada um, uma camisa da mesma cor, para tirar um “sarro”, combinando vestir as mesmas no mesmo dia. Foi um festival de “salmões”!
Agora, a melhor foi saber que o “bonitão”, engenheiro de profissão, na estatal que trabalha – ligada ao ramo de petróleo – foi promovido a diretor. Segundo Ercílio, a primeira providência do mesmo foi retirar o retrato do presidente da companhia, que ficava em sua sala, para colocar no lugar, um retrato seu. Rimos os três, relembrando fatos pitorescos dessa convivência amigável, em que, apesar das gozações, sempre houve muito respeito e admiração por parte de todos nós.
É claro que não me pouparam das gozações (apesar de ser a visita), mostrando uma foto minha, saída na gazeta (Projeto Despertar), onde a impressão é de que estou gesticulando demais “as mãos”.
Depois de bom tempo de prosa, pedi licença aos mesmos e fui percorrer as salas e corredores da escola, refazendo um trajeto que era obrigatório na minha carga horária de cinco aulas diárias. Em cada sala tive o prazer de abraçar velhos companheiros, dentre eles, o Luiz, professor de história, apelidado por nós de “o homem mau”, pelo seu humor e correção totalmente inversos ao apelido.
Outra colega, a Nenê (e sua famosa apostila de redação, renovada em sua edição todos os anos), ainda permanece por lá. É grande educadora e uma excelente empresária no ramo terceirizado de conteúdos paradidáticos. Não tive a alegria de rever “Zumba”, Dona Chaguinha (também aposentada), porém fica o meu abraço e o meu apreço nesses colegas que durante a minha estada na escola, me auxiliaram com suas experiências, tornando-me sem dúvida alguma, o educador que hoje eu sou.
Enfim, foi uma noite de voltar ao passado e recordar passagens, em sua maioria, boas, como também, de relembrar momentos difíceis, em que todos nós nos uníamos para procurar soluções em prol do bem estar da nossa razão maior de ter escolhido essa profissão: o aluno. A Escola Estadual Francisco Antonio de Medeiros, o meu carinho e a minha devoção. Aos que nela labutam, a minha eterna amizade e gratidão.
15/10/06.
Essa semana estive na Escola Estadual Francisco Antonio de Medeiros, no bairro Belo Horizonte (antigo “saco”), para pegar uma declaração da sua atual diretora. O prazer de rever os amigos que lá deixei, foi imenso. As lembranças de oito anos passados ali desfilaram ante meus olhos, causando uma nostalgia sem tamanho no coração desse humilde professor.
Lá estavam, ainda, o Nivaldo, o Dedé Morais, o Beto e a Silvinha, todos eles, funcionários de longas datas e referencial histórico da Escola. Dos professores conhecidos, a metade ainda labuta na tarefa de repassar conhecimentos aos jovens estudantes, sempre com a esperança de que as lições sejam aprendidas e usadas para um bem maior, chamada nação.
Minha querida supervisora Bernadete não se encontrava mais por lá. Tinha se aposentado depois dos merecidos 30 anos dedicados à educação e a tarefa de auxiliar os docentes no planejamento de suas atividades. Era uma mestra dedicada e “mãe” de todos os professores, exercendo suas atividades com carinho, tendo sempre uma palavra de incentivo, de conselho e solução para as adversidades enfrentadas no dia-a-dia, principalmente, por parte dos discentes do estabelecimento de ensino.
Lembro-me bem do respeito que todos a tinham. Até por parte de quem não seguia o caminho correto da vida. Isso ficou gravado em mim numa certa noite de dezembro, término de ano letivo, quando tivemos de voltar a pé para o Bairro do Alto da Conceição e no caminho fomos abordados por quatro jovens com intenções de nos subtrair dos pertences que levávamos e, os mesmos, ao reconhecê-la, desistiram do intento.
O aperto de mão dado no professor Nilson “o bonitão”, foi especial. Fazia muito tempo que não nos víamos e, juntamente com o Ercílio, formávamos o trio das sextas, quando ficávamos, depois das aulas, filosofando entre um copo e outro de “loira”, no barzinho de Valdércio, no conjunto dos professores. Foi gratificante esse reencontro.
Relembramos momentos e, como sempre, o Ercílio (gozador por natureza), ia me atualizando das últimas novidades, todas elas, claro, com relação ao “bonitão”. Disse-me, por exemplo, que o Nilson agora adotou a mania de usar camisa pelo avesso – dizendo que é última moda – e que já não precisava mais pegar fila (uma clara alusão aos cabelos grisalhos do mesmo), pois em cada banco existe uma fila exclusiva para os idosos.
Isso me fez lembrar o dia que o Nilson chegou com uma camisa cor rósea (“salmão”, segundo ele). A equipe de professores, liderados por Ercílio, comprou cada um, uma camisa da mesma cor, para tirar um “sarro”, combinando vestir as mesmas no mesmo dia. Foi um festival de “salmões”!
Agora, a melhor foi saber que o “bonitão”, engenheiro de profissão, na estatal que trabalha – ligada ao ramo de petróleo – foi promovido a diretor. Segundo Ercílio, a primeira providência do mesmo foi retirar o retrato do presidente da companhia, que ficava em sua sala, para colocar no lugar, um retrato seu. Rimos os três, relembrando fatos pitorescos dessa convivência amigável, em que, apesar das gozações, sempre houve muito respeito e admiração por parte de todos nós.
É claro que não me pouparam das gozações (apesar de ser a visita), mostrando uma foto minha, saída na gazeta (Projeto Despertar), onde a impressão é de que estou gesticulando demais “as mãos”.
Depois de bom tempo de prosa, pedi licença aos mesmos e fui percorrer as salas e corredores da escola, refazendo um trajeto que era obrigatório na minha carga horária de cinco aulas diárias. Em cada sala tive o prazer de abraçar velhos companheiros, dentre eles, o Luiz, professor de história, apelidado por nós de “o homem mau”, pelo seu humor e correção totalmente inversos ao apelido.
Outra colega, a Nenê (e sua famosa apostila de redação, renovada em sua edição todos os anos), ainda permanece por lá. É grande educadora e uma excelente empresária no ramo terceirizado de conteúdos paradidáticos. Não tive a alegria de rever “Zumba”, Dona Chaguinha (também aposentada), porém fica o meu abraço e o meu apreço nesses colegas que durante a minha estada na escola, me auxiliaram com suas experiências, tornando-me sem dúvida alguma, o educador que hoje eu sou.
Enfim, foi uma noite de voltar ao passado e recordar passagens, em sua maioria, boas, como também, de relembrar momentos difíceis, em que todos nós nos uníamos para procurar soluções em prol do bem estar da nossa razão maior de ter escolhido essa profissão: o aluno. A Escola Estadual Francisco Antonio de Medeiros, o meu carinho e a minha devoção. Aos que nela labutam, a minha eterna amizade e gratidão.
15/10/06.