ESTÓRIAS CARIOCAS ACRONOLÓGICAS

O "pai" do Rio de Janeiro foi o padre jesuíta MANUEL DA NÓBREGA (tudo indica a maior inteligência no Brasil do século XVI) que achou fundamental fundar uma cidade à beira-mar /1565/, embora projeto um tanto balanceado, não muito popular - ele lutou politicamente e venceu. (A "primogenia" cabe à cidade de São Paulo /1554/ , até hoje disputando com o Rio o conceito de mais importante cidade do país.) --- NÓBREGA chegou ao Brasil em 1549, idade 32 anos - barba cerrada, nariz aquilino, queixo quadrado. Intelectual, maior nota para o cargo de professor na Universidade de Coimbra, recusado por ser... gago; daí, como bom jesuíta, decidiu viajar e catequizar povos distantes. De muitas cidades litorâneas fundadas pelos portugueses /pensamento em portos e exploração de pau-de-tinta e açúcar...), apenas SP não era cidade marítima. Para ele, o controle sobre o pais estaria em aprender as trilhas dos índios, a partir da cidade erguida na aldeia de Piratininga, dos tupiniquins aliados - décadas depois, sairiam de lá as bandeiras exploradoras. --- Entre a Guanabara e Angra dos Reis, viviam os tupinambás, inimigos da 'trupe' de Piratininga. ----- Precocemente envelhecido, pernas feridas por infecções, sangue saindo pelo nariz, NÓBREGA ficou de 1560 a 1565, entre Salvador, São Vicente e São Paulo, às vezes carregado pelo noviço JOSÉ DE ANCHIETA por dentro do mato. --- As guerras tupis eram ferozes; mais fácil expulsar os franceses de Villegagnon, mas não tupinambás ou tamoios. Em cinco anos, NÓBREGA negociou por carta com a família real portuguesa e com o governador geral da Bahia, visitando fazendas, chamando voluntários para a Guanabara - talento de visão estratégica e habilidade política.

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FONTE:

"O homem que decidiu fazer o Rio", de Pedro Dória - Rio, jornal O Globo, 22/2/15.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 04/08/2018
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