QUANDO TODOS SORRIEM

Desta vez eu tive que rir. E um sorriso com graça; é, porque o meu sorriso é tão sem graça, que toda vez que eu parto para uma risada, tenho antes que pensar porque estou rindo.

Mas desta vez foi diferente. Foi tão engraçado que eu nem pensei em pensar o porquê da graça. Mas também, é tão sem graça avaliar uma coisa com graça!

Às vezes, penso que o que sou é uma desgraça por ter que avaliar tudo: os com e os sem graça, para depois achar ou não graça.

Mas desta vez foi diferente: eu tive que achar graça, porque a coisa era tão engraçada, que fazia até o mais sisudo (sem graça) achar engraçado, e não só achar, mas encontrar também a graça e ter que sorrir.

Outras vezes, fico pensando em toda esta gente desgraçada, que (meu Deus!), só acha graça nas coisas sem graça do seu corre-corre (que desgraça!); só acha graça no terno limpinho, camisa engomada e gravata - símbolo desta graça tão desgraçada na graça daqueles que, (graças!...) têm a graça de não a ter. Bem sei... são uns desgraçados, mas ao menos riem com graça, coisa que eu (pobre desgraça), penso nunca conseguir fazer, embora sendo de graça a graça com graça.

Mas desta vez foi diferente: eu tive que rir com graça.

A coisa podia não ter graça, mas para um sisudo (sem graça), como eu, procurei (com graça) e encontrei...

...E a Graça tornou-se Maria e se foi com José!!

Ivonete Frasson
Enviado por Ivonete Frasson em 01/08/2018
Código do texto: T6406774
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