Borboleta
Era paz. Enquanto caminhava, sozinha, por um lindo vale, com todas as cores de flores, o vento com cheiro de terra, as árvores dançando num ritmo calmo. Buscava notar todos os detalhes daquele lindo cenário que a envolvia. O som do rio, ao fundo, trazia a plena sensação de calmaria. Mesmo os pássaros pareciam abraçá-la com seu doce canto.
Era livre. Enquanto se deleitava com a paz que podia vivenciar, a solidão não lhe parecia névoa, mas luz. Os pontinhos reluzentes ao longo do caminho que buscava trilhar a faziam pensar que aquele solo estava ladrilhado de brilhantes. Euforia por estar solta, liberta, sem amarras. Andava lado a lado a si mesma. Internamente, nunca vivenciaria tamanha harmonia.
Era luz. Apenas o que podia enxergar por agora era amor. A si mesma. Aos outros. A quem sempre esteve ali, mas nunca notara como deveria. Sentia que podia ver o que antes se encontrava vendado. Velado. Implícito. Decidiu buscar apenas o que lhe acrescentava e permanecer livre de seu casulo.