A PESSOA É COMUNISTA POR QUÊ?

Pergunta em nossa ampla coloquialidade que faz minha mulher. Altamente politizada em termos científicos e ilustrada em todos os seguimentos da informação cultural.

E justifica a indagação, razão fundamental e irrespondível. Um sistema que não deu certo em nenhum lugar que se estabeleceu, não realizou fins sociais melhores para o bem comum, nada razoável. Por quê?

Como ninguém pode fugir da lógica, credita-se ao direito de liberdade a opção, é como entendo. Mas há ainda um ponto. Esse mesmo direito de liberdade o comunismo retira. Não se tolera posição ideológica contrária. O Estado é tudo, ele dita o que fazer ou deixar de fazer, ou seja, não há liberdade pessoal. Irmão do fascismo. O Estado é tudo.

Quem se liga à filosofia fica espantado. O filósofo, aprendiz de feiticeiro que colocou em movimento a categoria da história, foi incapaz de a dominar. E questiona diante da contrariedade da postura, do impasse paradoxal: seria insanidade?

O domínio humano dos valores intervém no momento em que a emergência da inteligência discursiva transfigura as impulsões naturais em exigências culturais. A civilização sublima os instintos em tradições; simplesmente a tradição exerce sobre a pessoa uma pressão tão decisiva como uma necessidade natural.

Ninguém irá mudar essas tradições adquiridas, são como doenças autoimunes. Há uma sucessão de tradição. Perceba-se. Mesmo evidenciado no cenáculo da lógica a impropriedade acontecida a patologia permanece.

Ninguém pode a qualquer pretexto afastar de si, recusar, abortar, fazer findar seu maior bem, A LIBERDADE. Todas as inclinações nesse sentido, de ordem política, social restrita, como ocorre em algumas sociedades fechadas, religiosas ou de qualquer estamento, encontrarão em algum tempo o fim do caminho.

Aconteceu e acontece no momento. A Venezuela estertora entre a fome e doenças, Cuba retira de sua Constituição (pasme-se, carta política que deve garantir liberdades onde nenhuma existe ou existiu) o vocábulo comunista que define seu regime. Em digressão os desastres da história conhecidos, URSS, Alemanha Oriental, Asiáticos e os Tigres, China, etc.

Como responder? Como faço, uma tradição de conjectura, para uns caricata e sem posicionamento para viver sob esses ditames, sem liberdades, um sinal de fragilidade extrema, que desemboca em problemas que só a anamnese poderia resolver em consultas progressivas. É a realidade. Não se foge da realidade. Minha liberdade é respirar. Como ficar submerso em mais tempo do que suporto para respirar?

É uma situação escatológica e preferencial, indispensável para o pensador resolver cioso de formular e destacar uma verdade eterna: nenhuma mente sadia abre mão de sua liberdade, a nenhum preço.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 01/08/2018
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