ARROGÂNCIA DOS CORRUPTOS. FINAL SOMBRIO.

O todo-poderoso Craxi na Itália tinha uma figura que impressionava: alto, confiante, arrogante, sabia que tinha o poder de fazer e desfazer governos, de decidir quem seria promovido e quem seria afastado, de determinar a vida das pessoas e o destino do país.

Esse traço é próprio da arrogância de governantes que acabam expurgados, processados, no exílio ou na cadeia. Conta a história. Dizer o que é impróprio, pretender ser um Deus e mesmo a ele comparar-se por vezes, não compreendendo seu tamanho diminuto e que não é mais que um grão como todos na grande colheita que a vida faz semeando e ceifando. Um hoje condenado no Brasil, terá muito que cruciar, teve a coragem de dizer que era mais conhecido que Cristo, está no cárcere e dele não sairá com facilidade, creio, achou que mandava em tudo como disse um de seus filhos, "meu pai manda no Brasil".

O PSI era um partido menor do que a Democracia Cristã (DC) ou o Partido Comunista Italiano (PCI), mas fiel da balança e a DC dele carecia para as maiorias governamentais.

Um retrato que conhecemos.

Craxi era um ícone do final da chamada I República Italiana. No início da década de 90, por entre escândalos de corrupção e revelações chocantes descerra-se o véu sobre a forma como o país tinha sido governado. Poucos terão caído com tanto estrondo como Bettino Craxi.

Colecionando processos multiplicados, como seu similar por aqui, cercado por inúmeros confessos partícipes de um desgoverno sem limites em abusos de toda sorte, concentra então Craxi denúncias criminais, os famosos "avisos".

Aos 65 anos Craxi morre por ataque cardíaco em seu exílio na Tunísia. Condenado várias vezes na Itália, à revelia, processos por corrupção que totalizaram 27 anos de prisão, o ex-líder do Partido Socialista Italiano (PSI), se voltasse seria preso. Permaneceu exilado em Hammamet, Tunísia, desde 1994, morrendo no país onde se refugiou para escapar à justiça.

A “mani pulite” não resolveu a corrupção na Itália. Ninguém resolverá a corrupção humana, mas vai se tentando fazer uma didática de como não se deve governar. Não é possível assistir e tolerar a corrupção ocorrente e recorrente.

Muitos que conseguem afastar governos apanhados em rumorosos escândalos continuam nos governos que se sucedem, e também participaram de ilícitos. De certa forma com Berlusconi na Itália. Isto é lamentável. Altos cargos continuam preenchidos, digamos, por aqueles que foram cúmplices de governos apanhados em desvios, como por aqui. Esperamos que todos, sem exceção, em qualquer lugar em que existam humanos devedores de seus atos corruptos, PRINCIPALMENTE POR AQUI, sejam processados e apenados, ainda que com as "benesses" intoleráveis como por exemplo do sistema penal brasileiro.

É da história humana ter o Poder o condão de fazer e desfazer, e o pior, de corromper o que era limpo.

O mais importante é afastar o que é apanhado, AO MENOS ISSO, afastar todos.

E que a arrogância termine como deve terminar, mal.

Pensaram por aqui que seria fácil se desvencilhar de toda essa lama em que se chafurdaram. Esqueceram que ainda existem pessoas de bem, e aprende-se que bastam poucas para expurgar exércitos de corruptos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/07/2018
Reeditado em 30/07/2018
Código do texto: T6404711
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