Lua e cidade.
Lua e cidade
Por essas ruas de asfalto e concreto
o encanto é roubado pela métrica.
Grita a cidade.
O ruído ecoa na direção de um horizonte curto.
As paredes aprisionam os sons e os sentidos,
Ver é limitado e ouvir é estridente.
ruas e avenidas, paredes e postes,
a saída é estreita onde o espaço se espreme.
O olhar corre na vertical,
busca o ar azul por sobre os prédios
no horizonte oculto entre paredes.
No fim do dia um resto luz diz:
Já é quase noite.
No ar fumaça !
Luz fraca de sol longe no oeste.
Luz fraca de tom vermelho
esmagada entre paredes.
Flor improvável em uma paisagem tétrica
de cores quase ausentes.
No lado leste ensombrado de paredes
a lua surge enrubescida.
Lua de sangue pela luz roubada.
Só às vezes.
Gladyston Costa