Tudo em cima
É imperioso
até uma gota de sereno deve ser enxugada
pela atormentada dor
e pelo esforço pleno de uma perna que se arrasta sem poder pisar,
outra já com o auxílio da prótese, se desliza e cai na discussão
infernal de um stress interminável
nunca se nega a ajudar e fazer o que se pode
mesmo assim deixa uma angústia, que já serve para habitar
o que se adentra e lhes fará mal a noite toda,
até chegar ao limite da doença
e deixa todos em alvoroço, mexe com o enjoo, bem estar,
com uma animosidade sem tamanho
estranho porque tantas atrocidades, e assim, se nega a tudo
de qualquer melhora que dispõe e propõe uma solução interminável
a angústia de uma eternidade, ferindo o brilho de todos que
de um momento a outro não mais saberá o que venha ser a vida.
A vida que nos mostra tudo, os erros considerados, passageiros
os venenos ingeridos como se fosse remédio, e as impurezas que
se transformam mares de rosas...
Mundo feio, caos que permeia em todos os cantos, nos tirando a
direção, a determinação, a falta de vontade de viver ...
Mundo difícil, que nos leva junto a uma avalancha sem
nenhum freio, mesmo diante de um esforço, por uma busca,
por uma explicação, os anjos se decaem, num ritmo sutil, inusitado
para que nenhum de nós diz, amanhã teremos uma resposta, hoje vocês se transpõe se não consegue, não indague, não discute, não tenta entender, apenas passa o que tiver que passar, não pense na vida em detrimento de sofrimentos alheios intermináveis que não tem fim, nem mesmo assola ou vai resolver alguma coisa. O que perpetua é o nó que só sobrou para formar muito mais nós, que nunca vão de desalinhar.
Por: Pedro Rombola