Circense
A minha vida de circense é bastante complicada e pluralizada. Vivo de um quadro a outro entretendo a platéia, revirando baús e montando figurinos. Uma hora sou o palhaço que rouba sorrisos mesmo sem graça.
Noutra, fico na corda bamba fazendo malabarismo para contornar a situação. Às vezes, tenho que interpretar o domador de leões porque todo dia adestro um. E, para completar, vivo no globo da morte, pois a cada segundo as coisas e as pessoas acabam-se.
Nesse teatro venho me reinventado, sustentando e agradando. O público está mais seleto e dinâmico; exigindo muito com entrada franca. O problema agora é desarmar a lona, descer do picadeiro e mudar de ramo.