Em algum lugar...

Lá entre os meses de uma estacão qualquer, eu nem recordo ao certo! Eram tantos desafetos contidos em mim que observar alguma mudança naquele cenário caótico, não era exatamente uma priore aos meus olhos. Bom, para falar a verdade, é provável que eu estivesse era desligado mesmo. Sei lá! As vezes como um mecanismo de defesa, nós simplesmente nos desligamos de tudo, não é exatamente um piloto automático, é mais um estado de vegetação talvez.

Eu passava pelos mesmos lugares, a velocidade nem sempre se mantinha. Imagino que ela acelerava conforme meus devaneios, um gênero um tanto simplório, para um cara figurativo... Poucas vezes eu namorei uma xícara com café, eu tinha um certo desafeto com o café da manhã, era quase uma religião não fazer nada pela manhã, alem de acordar e ir para o trabalho.

Entre uma Zaguri e um dito "Lugar Bonito", eu diversas vezes visitei minhas lembranças. Não era só o maior rio do mundo ali na minha frente, entende? Eram paginas soltas de um livro de vida um tanto sem sal. As maresias bem que tentavam ajudar-me, mas naquele vai vem um tanto brincante delas, eu lia e relia meus parágrafos indo e vindo. Não era uma tese, um artigo ou, uma droga de TCC, mesmo assim no ir e vir das ondas, eu corrigia em pensamentos fatos que jamais mudariam o contexto. Eu sentia-me parte daquele rio, horas cheio, horas vazio.E quando eu queria acessar-me, refletir no que errei, eu caminha pelo trapiche como se isso me permitisse chegar mais perto de mim. O som das águas foi por muito tempo minha harmonia, o vento ao fundo soprando em meus ouvidos como quem canta a paz... Lá, bem longe de tudo, eu mergulhei infinitas vezes em um mar de poesias, sonetos, pensamentos soltos, rimas com eruditos.

Um "maldito" entre os "BENDITOS". Eram mesmo capítulos desprendidos da razão. Eu sempre fui um oceano de emoções com pouquíssimas terras de razões. Quem sabe seja esse o motivo por eu ser assim, um eterno navegante, que poucas vezes visita a terra firme. Eu já me iludi muitas vezes com aqueles supostos "PORTOS SEGUROS". Ah sim! Como esquecer as vezes em que eu provei da razão, e tornei-me mais um nessa vala do senso comum. A razão já ceifou muitas vidas, através da razão milhões de vidas foram arrancadas de suas emocionalidades. Eu não posso afirmar que a EMOÇÃO é vida, mas cá entre nós: Quantas vidas ela já salvou! Assim, entre Macapá e o resto do mundo, assim entre o meu mundo e os demais mundos, bem assim entre minhas emoções e as razões dos demais, Eu sou simplesmente um alguém em meio a este meu imenso mar e algum cás.

(Hámilson Carf)

Hámilson Karf
Enviado por Hámilson Karf em 27/07/2018
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