Dia dos Avós, e do que temos medo?
Os avós são mesmo seres incríveis. Inteligentes, dedicados, amorosos e protetores.
Por mais que a ideia de se tornar avô ou avó tão precoce assuste, acredito que somente a vivência modifique essa ideia.
Assumamos, o medo todo é da velhice.
E, talvez, somente talvez, os jovens estejam acabando por modernizar essa ideia.
Fujamos da ideia de que estejam adiantando uma fase, e aceitemos o fato de que estejam a modernizando.
É melhor.
Tá. Vocês estão ouvindo isso de um jovem. Um jovem que de tal forma, já se tem ansioso com a aproximação de tais possibilidades, por mais que ainda nem tenha filhos.
Vejam só. Medo bobo!
Ou, não...
Desde adolescente, minha mentalidade é meio a frente de meu tempo. Entendem?
A ideia de sempre querer mais, armazenar conhecimentos e distribuir, Por vezes, de maneira até formal de mais, porém terna, esse sou eu.
A pouco estive refletindo a respeito, e vi que o que temos medo na verdade não é da ideia de ser avô ou avó. Mas sim, da velhice.
A velhice física, sabe?
Sermos afetados pelos efeitos do tempo, e termos como realidade o mais temido, que é o abandono.
Não cheguei a ter a oportunidade de viver um longo contato com meus avós. Porém, o tempo que tive, foi inspirador para a imagem que pude armazenar.
Não importa quem você foi, ou o que imaginou que seria.
Para os netos, você sempre acaba dedicando o seu melhor.
Vide os mimos!
Seres de respeito...
Tendo a oportunidade, não se esqueça de aproveitar bastante os conselhos e histórias.
E, quem não tem uma boa história de avós?
Graças a Dona Aninhas, como era conhecida a portuguesa Ana Elisa do Couto (1926-2007) em Penafiel, cidade de 15 mil habitantes na região do Porto, temos o dia 26 de julho declarado como dia dos avós.
Ana Elisa do Couto,avó de quatro netas e dois netos, se dedicou a missões por vários países afim de enfatizar a importância de tal dia.
E, conseguiu.
No dia 26 de julho, comemora-se o dia dos avós em Portugal, assim como também no Brasil
Desde a década de 80, dona Aninhas esteve viajando pelo Brasil, França, Estados Unidos, Alemanha, África do Sul, Espanha, Angola, Suíça e Canadá, sempre defendendo que se comemorasse tal data como Dia dos Avós.
Temos um forte motivo para o dia 26 de julho. Uma vez que é a data que a Igreja Católica celebra São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, avós de Jesus.
Porém, de acordo com afirmações do teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Ambos são citados no evangelho apócrifo de São Tiago, não reconhecido pela Igreja. Portanto, não constam em livros canônicos."
Isso não impediu que São Joaquim e Santa Ana viessem a ser reconhecidos e celebrados pela Igreja como pais de Maria.
O teólogo lembra que São João Damasceno, monge sírio que viveu entre 676 e 747, quando comentava o Natal, já abordava os pais de Maria com esses nomes, como sendo o casal São Joaquim e Santa Ana.
"Sua festa era celebrada originalmente em 20 de março, junto a São José. Depois, acabou transferida para 16 de agosto, por causa do triunfo da filha, Maria, na Assunção, no dia precedente", conta Altemeyer.
"Em 1879, o papa Leão 23, cujo nome de batismo era Gioacchino, ou seja, versão italiana de Joaquim, oficializou a festa em toda a Igreja.
Já o dia 26 de julho foi determinado pelo papa Paulo 6º."
No imaginário religioso, por sua vez, é famosa a representação dos avós de Jesus na Capela dos Scrovegni, em Pádua - pintada por Giotto (1276-1337).
Outros países, por sua vez, escolheram comemorar o Dia dos Avós em outras datas, para desvincular a data da memória dos santos, justamente para enfatizar o caráter civil (e não religioso) da celebração- e a "Festa Dei Nonni" é celebrada dia 2 de outubro.
Nos Estados Unidos, comemora-se no primeiro domingo de setembro. No Reino Unido, no primeiro domingo de outubro. A França é um caso raro: há o Dia das Vovós (primeiro domingo de março) e o Dia dos Vovôs (primeiro domingo de outubro).
A Estônia comemora no segundo domingo de outubro. A Austrália, no primeiro domingo de novembro. O Canadá, em 25 de outubro.
Como já é de lei no comércio, publicitários acabam por desenvolver tais datas, afim de movimentar a economia com as famosas trocas de presentes.
E disso, sabemos muito bem!
Natural para o fluxo de mercado, e para nós, que sobrevivemos dele.
Pensa-se em modificar a data comemorada no Brasil em vista ao fim do mês, a proximidade com o dia dos pais, e afins.
Porém, os bons pretextos permanecem.
Como sempre defendo aqui no blog, porque não aproveitar?
Toda data, por mais que seja comercial, pode ser tida como um belo pretexto para renovar vínculos, demonstrar mais amor, mais carinho. não pela data. Mas sim, pela inspiração.
Quando falo de demonstrações de amor e carinho, me refiro a aqueles atos desinteressados, que mais são dias reflexivos que revemos nossos atos e damos continuidade plena aos mesmos.
Tendo em vista a ideia de que, a vida passa tão rápido...
Data passada, porém nada distante!
Tempo de acalentar nossas mentes com as melhores lembranças de nossos avós.
E você, que ainda os tem, de rever seus contatos e vínculos.