Inversos Humanos...
Os Invernos humanos…
Hoje passeando pelas avenidas do meu olhar, vejo tudo nublado. As cortinas dos meus olhos abertas, deixam claro que o dia é chuvoso, devido aos embaçados “vidros” castanhos escuros.
Os invernos são tão importantes quanto necessários. E aqui agora, sentado em frente à minha lareira de lembranças, reafirmo minhas palavras. Olhando para minhas emoções, tento imaginar: O que seria dos nossos bosques de sentimentos, se não fossem as lágrimas destes invernos em nós, para apagar as tantas decepções que outros sitiaram em nossas vidas?
Ah!! Quão deserto seríamos, se de vez em SEMPRE, nossa alma não fosse transbordada por estas tantas tempestades, de nossos Invernos humanos!
Em tempos assim eu permaneço trancado em mim, mas confesso; Invejo aqueles que no âmago de seus invernos, têm a audácia de sair para brincar na chuva…
Ah, se não fossem os invernos humanos! Como nos renderiamos ao calor de um abraço? Ao aconchego de um carinho! Ao desfrutar de outra companhia…
Não há razões para julgarmos a frieza dos demais, sem termos ao menos ideias dos invernos que estes já enfrentaram. Aliás, se tivéssemos conhecimento dos invernos enfrentados pelos outros, ofereceriamos nosso abraço como cobertor, e não julgamentos frios e egoístas…
Ah, se não fossem os invernos humanos! Quantas borboletas de romances, morreriam de frio em “nossa barriga”, sem jamais voarem nas primaveras de realização à dois…
Olhamos o Inverno como algo ruim, mas não nos damos conta, de que são estes invernos que regam nossa alma, são estas tempestades que afogam nossas tristezas. É este céu cinza e nublado em nosso olhar, que pede socorro a outros olhares, quando nossa dor não é visível, por conta dos verões ilusórios que pintamos em nosso rosto…
Ah, se não fosse estes invernos humanos! Seríamos uma terra seca, infrutífera, sem a mínima chance de abrigar as flores do Existir, Sentir e, AMAR... (Hámilson Carf)