INOCÊNCIA E MATURIDADE

Quando criança chorei porque prometeram dar uma volta no parque comigo, mas, sabe-se lá porque, não me levaram. Minha mãe disse para eu parar de ser inocente acreditando em todas as promessas. Será que isso é inocência? Definir inocência é tão difícil quanto definir maturidade. Há quem diga que um inocente não é maduro e vice versa. Discordo.

Discursos políticos são demagógicos e é inocente quem acredita neles. Pesquisar sobre a biografia do político é maturidade. Nestes casos os dois podem errar porque a circunstância é que faz o programa do candidato vingar e intenções e currículum não adiantam muita coisa.

Um amigo fez análise com um Psicólogo para aprender a dizer não. Falou-me todo orgulhoso que agora estava maduro, pois dizia “não” sem remorso. Será que isso é maturidade? Para mim maturidade é aprender com a vida e tirar lições do que dá errado. É ter humildade de reconhecer que errou e tentar, se possível, corrigir. Nem tudo tem conserto, principalmente uma ofensa, mas pedido de desculpa sempre cabe e aí sim mostramos amadurecimento. Nada impede que esse indivíduo bastante amadurecido aprecie inocentemente um balanço no fundo de um quintal ou um doce bem gostoso como faziam nossas avós. Pertenço ao grupo que corre para um balanço desocupado, amarrado num galho de árvore. Tenho a maturidade de olhar bem se o galho não está quebrado ou a corda solta. Como eu disse, inocência e maturidade podem andar juntas. Depende dos olhos que analisam.

Ana Toledo
Enviado por Ana Toledo em 26/07/2018
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