Daqui a 5 dias
Daqui a 5 dias, eu faço 27 anos.
Quando eu nasci, a minha mãe tinha 27 anos.
Parece que eu já vivi uma vida inteira de 90 anos, nesses meus 27.
Não sei se isso é bom ou ruim.
A única coisa que eu sei agora que vou fazer 27, é que eu não sei de nada.
[...]
Em 30 de julho...
...de 1991 às 19:32, eu nasci.
...de 1818, Emily Brontë nasceu.
...de 1863, Henry Ford nasceu.
...de 1906, Mário Quintana nasceu.
...de 2007, Ingmar Bergman morreu.
Em 2007, eu completava 16 anos.
Era o último aniversário que eu comemorava com a minha vó Lilica.
Dos 16 aos 27, muita coisa me aconteceu.
Mas muita coisa, também, tinha me acontecido até os 16.
Mário Quintana é um dos meus poetas preferidos. Ele me transforma.
Ingmar Bergman é o meu cineasta preferido. Ele me transforma. Muito.
Transformar. Talvez, seja isso.
Transtornar para transformar.
Eu floresço nas ruínas das minhas dores.
[...]
Daqui a 3 anos, no dia 30, eu faço 30 anos.
E até lá... até lá, eu não sei como será.
Eu só sei que somos nós que fazemos a vida.
Com as limitações e oportunidades que ela nos coloca.
Nós vamos abrindo caminhos, fazendo escolhas e tecendo o nosso destino.
E enfrentando o mundo e todas as suas contingências.
Há acasos felizes, outros nem tanto.
Alguns terríveis.
Todo mundo tem as suas tragédias.
É o que fazemos com elas, que define os rumos da nossa história, e nos leva a ser quem somos.
Como diz Kafka: "de um certo ponto adiante não há mais retorno. Esse é o ponto que deve ser alcançado".
De repente é assim mesmo.
Seguir em frente com o passado nas costas. Ele não muda mais. Mas as lições que o peso dele nos ensina pode mudar tudo a partir de agora.