ASSIM  NÂO  DÀ  MAIS  MEU  PAI.
 
Marco Aurélio Gomes de Alvarenga já perdera as contas de  quantas cervejas havia entornado desde as 10 da manhã quando chegara no bar do Afonso. Lá pelas quatro da tarde Alonso chamou o táxi, ligou para  Julia, filha de Marco Aurélio avisando que  o pai dela estava indo para casa. Na saída do bar, trançando as pernas Marco Aurélio quase  derrubou  algumas mesas. Uma delas caiu com bebida e tudo fazendo uma sujeira daquelas. Alonso passou o   pano  no  chão para deixar tudo limpo, afinal Marco Aurélio era fregues de carteirinha do bar. 
Julia já estava no portão esperando o pai. Depois dos cuidados  de praxe,  pôs  Marco Aurélio para dormir.  Na manhã seguinte, ao acordar as paredes estavam cheias de cartazes em papel A4 com a palavra ABSTINENCIA. Julia chamou o pai para uma conversa séria.
-Escute aqui meu pai:  de hoje em diante nesta casa a palavra principal é aquela que está nos   cartazes...Perdi a paciência com você, se não parar de beber, vou lhe dar o troco:  mudo para o meu apartamento e você fica sozinho nesta casa. Está avisado!
-Voce não pode fazer isso comigo, é só uma fase, vai passar.
-Está avisado, nem pense em me desobedecer!
Marco  Aurélio Gomes  de Alvarenga baixou a cabeça e pensou:  desta vez entrei pelos canos.