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      SAUDADE ? NÃO SINTA ! ÀS VEZES DÓI MUITO !
 
     
É o trem de ferro passando ao pé do morro, é aquele rio que como uma serpente mansa  percorre distâncias em terras mineiras ricas com tudo de bom, entre o que pode haver  de melhor.
     
É aquele   café forte coado num coador de pano e servido numa caneca de ágata  na mesa forrada com uma toalha  xadrez, sempre acompanhado de uma gostosa broa de fubá ou os irresistíveis  pães de queijo.
     
São aqueles dois dedos de prosa que sempre duram muito mais do que se possa imaginar  e isso sem cansar nem quem fala e muito menos quem só ouve.
     
São crianças felizes que brincam num velho balanço antes de irem para a escola e numa calmaria assim, numa paz assim só se percebe que o tempo passa quando bate a fome e o relógio do estômago com todas as suas vontades, além do bom gosto, pedem   aquele incomparável  tutu à mineira.       
     N
os fins de semana , além do tutu e do arroz de forno sempre tem um ou dois bifes de carne de porco. 
       
É aquela jabuticabeira no fundo do quintal carregadinha, linda, dessas imagens que a gente primeiro come com os olhos e depois nem conta quantas frutas provou.
      
São pássaros que fazem ninho no telhado sem medo de serem incomodados , são borboletas que voam soberanamente   pelos jardins  na frente da casa onde roseiras majestosas embelezam ainda mais aquele lugar mágico. 
      
É o sol que se    põe atrás  da grande montanha verde deixando no seu rastro  os últimos raios dourados daquele dia e abrindo passagem para o imenso tapete de estrelas de diamantes que recheiam o céu  naquelas bandas mineiras.
     
É uma moda de viola que se ouve ao longe cujos versos lindos, puros e muitas vezes inocentes certamente chegam a ser invejados  pelos que pensam que são   poetas mágicos.
  
 É   quando   não se tem medo de percorrer distâncias  já que  pra nós tudo é logo ali e o logo ali, acreditem ou não é logo ali, muito, mas muito pertinho mesmo.  É onde nem a pressa costuma ter pressa.
    
 É quando,    num enorme e velho tacho de cobre  se prepara um cheiroso doce de goiaba no fogão  à lenha, quando se faz queijo caseiro sem  se preocupar se dará  trabalho ou não e onde se come a manteiga mais pura que se  possa provar.  
    
É quando  lá  estou que esqueço de dias tristes, das tempestades que não consegui enfrentar, das verdades que não ouvi e das mentiras que me disseram. É quando lá estou que durmo mais cedo sem medo de ter sonhos que jamais quis sonhar  ou de acordar pela madrugada procurando pelo sono que preferiu se despedir antes da hora.

      E o que posso dizer é que saudade ? Não sinta, é melhor não sentir ! Às vezes dói muito...

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(...imagens google...)


 
WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 24/07/2018
Reeditado em 24/07/2018
Código do texto: T6398990
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