A decadente cultura de um Brasil obsoleto

A decadente cultura oriunda de gerações omissas

Jornei Costa

A banalidade do ridículo é incorporada nos hábitos do dia-a-dia como se a indecência fosse uma manifestação que coubesse no processo democrático de uma sociedade, cujos valores perderam-se nas curvas dos argumentos chulos disseminado nos campis universitários.

Certamente tivemos grupos de intelectuais que impuseram suas ideias, mas não tiverem a percepção de reformá-las. Das teorias, passíveis de questionamentos e reformulações, tornaram-se dogmas rígidos e indiscutíveis. Professores com suas verdades inadequadas e impróprias para o momento atual tentam se impor com o uso de argumentos de autoridade, recurso usado para encobrir sua obsolescência acadêmica.

Os que se acham senhores da verdade absoluta, tentam explicar o Brasil, um país desatualizado, regido por grupos culturalmente obsoletos e mal cheirosos. Não citarei nomes de famosos para não gerar a polêmica do certo e do errado; vou me limitar a dizer que temos grupos que no afã de permanecer na vitrine, atrapalham a possibilidade do país evoluir em todas as áreas do conhecimento e, assim, cria-se uma matriz social e política medieval. As universidades, onde seria o fórum para as discussões na busca de atualizações e novos caminhos, raros são os que se propõem a criar espaços para revisar as teorias criadas pelos figurões de séculos passados. A mesmice se estabelece indelével e arraigada na sua inocuidade indecente. Os mestres cumprem seu papel básico: iniciar e terminar a aula; a missão é tida como cumprida.

O aluno metaboliza o tédio da falta de criatividade e até acaba entendendo que o processo da falta de discussão ou questionamento faz parte dos preceitos fundamentais de uma boa educação. Não há revolução, o risco da mudança não existe; pensar é visto como uma ofensa à trajetória que já foi definida pelos “bambambãs”.

Sobra o espaço da esperança e é quando a figura da tecnologia ostenta a pose de cobrir todos os vácuos da oportunidade de uma nova cultura. Sabemos que existem outras maneiras mais inteligentes de se fazer a mesma coisa. Ficamos fascinados com a tecnologia dos smartphones e chegamos a imaginar que tudo estará resolvido com uma centena de aplicativos que foram criados por aqueles que conseguiram colocar a cabeça para fora da caverna. Os expetadores se sentem parte do processo dessa moderna tecnologia e veem nela a solução para todos os problemas do país, quando em resumo, são apenas vítimas de um mundo que lhes é emprestado para encontrar soluções fragmentadas. É a utopia de que eu posso me apropriar da chamada inteligência artificial, quando em resumo, ele usufrui do conhecimento de um esforçado ser pensante que gastou meses de estudo e energia para desenvolver cinquenta mil linhas de programa para atender uma situação circunstancial.

A cultura cria raízes. Torna-se imutável e assume a forma de modelo matemático: as soluções têm fórmulas. Dependendo do problema a equação a ser usada é linear, para outros, não linear. Falar em mudar é ofensa, pois os bambambãs ainda não concordaram. São eles que dizem como é o Brasil e como ele deve funcionar. O diagnóstico do subdesenvolvimento não os incomoda, pelo contrário, lhes é conveniente.