Labirintos de Ana
Uma breve conversa, ao som de uma música qualquer. Foi assim que começou. Ela confusa, precisando de um norte, sem saber qual caminho trilhar. Muitas dúvidas para responder, mas lhe faltavam as palavras para entender o que acontecia em seu peito naquele momento. Uma mistura de insegurança, de fragilidade, de questionamentos, de descontentamento, de crise… crise sobre como seria sem ele, como viveria. E se não desse certo? E se estivesse se precipitando? E se ferisse aquele que tanto admira e que tanto a ama?
Assoprou o seu café. Os olhos encheram de lágrimas. As perguntas suscitadas por ela poderiam ser respondidas de diversos modos. Inclusive com trechos da música sobre aquela famosa esquina, que agora tocava ao fundo do recinto. Alguma coisa estava acontecendo em seu coração. O receio, a confusão, a pertubação, do novo, do diferente, do que não se pode controlar. Estar sozinha em uma situação a qual não vivera antes por muito tempo. Caos. Instabilidade.
Então a sintonia mudou, o som trocou. Tentou entender o que a letra lhe dizia. Pode perceber que havia como acalentar o seu coração e que, em alguns momentos, nos faz bem tomar atitudes. Buscamos paz. Cada qual com sua individualidade, com sua ilha. Talvez fosse o momento de dizer que já não mais valia a pena, que queria ficar sozinha, que não poderia seguir o caminho dele ou com ele.
Mas não houve resolução para o seu conflito. Quando pensou que poderia agir, a música mudou. Aquele refrão lhe pôs a pulga atrás da orelha. Acometeu-lhe mais dúvidas. Deveria ser sincera? E se houvesse excesso? Por agora, não queria perder seu sono com erros vulgares, não poderia falar sem pensar. Não era o momento de deixar o coração na mão.