UM GRANDE PODER

Inevitavelmente existem pessoas que com suas palavras e seu modo de vida tem maior poder sobre nós! Com certeza essas estão fortemente influenciando nossas decisões, nossas ações, nosso modo de agir. É clarividente que todos temos nossa identidade e nossa personalidade. Mas também isso não quer dizer que já estamos prontos e acabados como seres humanos. A todo momento estamos em aprendizado! Só não percebe isso quem não quer ou se promove na vida com tamanha vaidade que não admite ser tocado pelos outros de alguma forma, seja pelo exemplo, seja em uma boa conversa. Além disso é bastante salutar termos consciência dessa compreensão, porque os que são nossa referência, devem ser devotados ao nosso bem. E com isso possivelmente adotaremos uma postura diferenciada no relacionamento humano. “Se temos a possibilidade de tornar mais feliz e mais sereno um ser humano, devemos fazê-lo sempre” é o que nos diz o escritor alemão Hermann Hesse.

Parece-nos que por vezes não “damos o braço a torcer” por essa ideia. Vejam bem! Desde a nossa concepção de vida estamos sempre a depender do outro. A mãe cuida da gestação; após o nascimento somos levados ao colo dos pais e protegidos de tudo até podermos desenvolver um pouco mais de independência. Do mesmo modo, não somos nós quem escolhemos nossos nomes, são eles – os pais que o fazem. Quando adoentados, também são eles, nossos familiares que cuidam da gente e, depois possivelmente um médico nos tratará para que estejamos novamente saudáveis e caminhemos com os próprios pés. Tudo isso, ao mesmo tempo que é intenso em nossa vida, é algo muito sério e de grande responsabilidade.

Aqueles que são escolhidos para guiar uma criança desde o seu primeiro dia de vida recebem de Deus uma dádiva, mas também um grande poder - educar para o bem, educar para a paz, educar para a vida em sociedade. Nesse alinhamento é de perspicácia e de maturidade que os que direcionam a vida de uma criatura humana percebam que eles não criam a pessoa para eles mesmos. Os filhos são para o mundo. Desde cedo há que se mostrar a eles e vaciná-los contra todo tipo de maldade, contra as decepções da vida, contra as paixões que mais cedo ou mais tarde serão questões que se atracarão no caminho dos neófitos. É como dizem por aí - se aprende fazendo! Poderemos errar algumas vezes, mas o erro também deve ser também um aprendizado. Melhor seria poder observar os mais experientes com sua sabedoria de vida para podermos evitar algumas dificuldades e cortarmos atalho em direção ao final da estrada da existência.

É possível apreendermos que não se trata de dependência, mas saber que precisamos do outro para viver e que ele pode nos ensinar muito e melhor sobre como enfrentar os reveses com as ferramentas certas. Queiramos ou não, na maior parte da vida seremos cuidado por aqueles que nos amam, por aqueles que estão ao nosso lado e que nos querem bem. Nas palavras do filósofo chinês, Lao-Tse, “aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança.” Abrir o ouvido e a visão nos parece razoável para identificarmos essas pessoas e para que possamos bem viver. Ademais, assim como somos cuidados, cuidemos dos outros de maneira que a corrente não se quebre e que essa força reine em nossos corações, pois possivelmente não há nada melhor do que sentir-se amado e querido e que podemos nessas pessoas depositar nossa confiança.