Autorreflexão
Sentada em frente ao espelho. Uma conversa muito séria, palavras difíceis, duras. Precisavam ser ditas em algum momento, apesar da dor, apesar do amor. Eu olhando para ela e tentando escolher a maneira mais correta e mais honesta de expressar tudo aquilo que, nos olhos, já podiam ser vistos há tempos. Talvez ela tenha reparado, muito provavelmente notou, mas também não quis falar. Não queríamos dizer uma para a outra o que parecia gritar no silêncio que havia entre nós.
Mas chega sempre aquele momento em que, apesar de a boca não falar, os olhos transparecem tudo aquilo que está velado. Foi quando, então, respirei fundo, olhei bem para ela e disse que nós não sabíamos mais o que sentíamos por ele. Nós fazíamos tantos planos e ele só queria estar ali, afinal nós éramos para onde ele poderia ir. E doeu. Olhar para o espelho e enxergar o reflexo dela, o meu, o nosso, e entender onde falhamos e como chegamos no ponto em que nos encontrávamos.
Foi quando eu entendi que a conversa que tive comigo mesma, sentada em frente ao espelho, fez com que eu percebesse que precisava terminar aquilo que, de fato, nunca começou. Tentei dizer que ainda era cedo, mas me obriguei a ser honesta. Comigo. Com ele. Nós. Quem sabe um dia a gente se vê.