QUANDO MUDASTES !!!!!
Você não chega mais como antes vinhas. Adentra em casa sem nunca mais estar procurando, querendo, argumentando nem mesmo brigando. Chegas como uma visita, alegre, porém cautelosa. Conhecedora do local que é teu, e que bem conheces, perguntava por tudo que estas vendo.
Falavas, e não espera a resposta para cada pergunta, como se elas não fossem necessárias. Pergunta somente para colaborar com o dialogo, que, interessa sem obrigatoriamente ser imperativo, nem conclusivo.
Você se apresenta como sendo só sua. Todas suas paixões não voltaram mais como amores; voltaram como saudades, lembranças secas e sem alegria. Somente com compartilhamento e cumplicidade poderás voltar a amar,
Senão tudo continuará como retornos conceptíveis das benesses amorosas que deste a eles, que tanto amaste e sonhaste. Continua teu sorriso com sonoridade, mas sem verdade, aberto nos teus lábios, mas reflexo de um coração fechado.
Você vem, consegue chegar, mais não esta. Mostra-se, mas não a vemos. Olha a tudo e todos, mas não nos vê. Precisei buscar-te fora dos meus pensamentos, procurar-te antes que sumas para sempre.
Não tua imagem, nem teu corpo, cheiro, pensamento, pulsar, não. Mas teu ser interior, teu fetiche, tua alegria pela tua voz. Hoje parto novamente levando tua lembrança junto a minha saudade, vamos juntos colocarmos quilômetros entre nós, deixando você em nossa cama, para logo mais seres levada pelos teus familiares ao aeroporto para voar. Já ouvi no corredor, ser dito ao amigo da família: que deverias somente namorar, nada de partilhar ou morar juntos. “Conselho dado, conselho seguido”.
Ciúme sentido, ciúme dito. Ciúme ouvido, ciúme cumprido. Levantastes paredes dentro de teu coração e transformaste em teu lar, onde convivem tuas lembranças, tuas experiências e conquistas quase sempre breves, para poderes estar sempre próxima ou entre os teus, que te acostumaram a escolher tudo que precisas para andar, vestir, partilhar para onde ir.
Temos que aprender a ser responsáveis e independentes, até para escolhermos o que queremos vestir, comer e ter para podermos dizer que criamos, fizemos ou escolhemos. Até o copiar é uma prova de independência quando podemos optar pelo que poça ser bom, ou melhor, para nós.
Reconheço que me deixei levar pelo impulso de que você poderia amar alguém mais velho. Só não esperava causar tanta vergonha no teu convívio social. Um simples caminhar de mãos dadas. Participar de um comum aniversário, de longo ou não. De um colega ou colega de serviço saber do nosso relacionamento. E outra situação domestica ou sociais.
Eu estava só para o residencial ou doméstico, para o social era preterido, minha ausência era a melhor opção que eu poderia presenteá-la, mesmo que para isso devesse queimar em mim os sentimentos de paixão, meus carinhos e meu respeito por você.
Seus pedidos seriam validos e aceitáveis, caso tivéssemos a possibilidade de sairmos para desfilarmos nas reuniões sociais, e, mostrarmos seus presentes de cor dourada.
O decote de seu longo emoldurando uma joia dourada com pingente de pedra preciosa, seus lóbulos ostentando peças cravejadas de pedras reluzentes, seus longos e magros dedos ornados com elos dourados trabalhado com brilhante solitário.
Isso tudo seria possível se Eu fosse o “elemento” do casal.
Abrasa-me no peito a saudade que sinto ao rememorar nossos dias, nossas conversas, seus desabafos que muitas vezes foram tema de nossas analises.
É bom relembrar. O ruim é ter que relembrar no silêncio das horas noturnas, quando as vozes da solidão são ouvidas por falta de palavras ditas perto ou à distância liberando nossos pensamentos, onde encontramos muitas respostas não proferidas, e com calma analisamos que atrás da postura fechada frente nossas recordações, nossas duvidas tem muitas respostas ainda não proferidas em voz alta ou somente ouvivel.
Quando relacionamos essa questão com os sentimentos pessoais, com certeza nos lembramos de alguns momentos ou situações que já passamos ou mesmo ouvimos algum amigo relatar.
Somos seres que mesmo sentindo ou passando por esses momentos, sentem uma grande dificuldade em falar sobre sentimentos, um assunto delicado que quase sempre lembra uma discussão aflorada, isso porque acabamos escolhendo um caminho que não é assertivo para se chegar a um bom resultado, ou, a um resultado que nos satisfaça.
O silencio pode significar tantas coisas que vão além da simples quietude, como não querer comentar o que se sente realmente neste silencio que nos impomos, para não machucar o outro, que pressupomos ainda não estar ofendido, sem sabermos como dizer algo que não desagrade, devemos lembrar aqui, que é quando o outro não responde as nossas indagações também é uma forma de dizer algo. Isto fica claro no silencio que ele também apresenta.
DOMINGOS INÁCIO.