O Cômico do Trágico
Percebe-se que a pacata e interiorana cidade foi tomada por andarilhos. A situação é tão absurdamente gritante e perceptível que não tem como não observar este caos social marcadamente pós-moderno.
Não é só o município, a unidade administrativa da federação ou o país que vive isto. É uma questão de ordem mundial: muito percebida em países subdesenvolvidos e menos nos países desenvolvidos. É um fenômeno histórico!
Dou a opinião de que isto serviu como inspiração para o seriado Walking Dead vendido como gênero terror. Mas vai além, é uma metáfora social da realidade.
Vivemos hoje uma situação trágica que requer políticas públicas. Esta situação é reflexa de uma desigualdade social muito grande que violenta não só os menos desfavorecidos, os marginalizados. É uma violência a toda sociedade que colhe os frutos da criminalização oriunda de concentração de renda. Ou distribui-se melhor a renda per capta ou viveremos os horrores de um novo fascismo em que uns poucos acham que têm mais direitos e menos deveres que os marginalizados que o sistema reproduz.
Isto é trágico e não tem nada de cômico.
Mas se isolarmos cenas percebemos situações que nos levam ao hilário – rir para não chorar!
No calçadão da igreja central uma destas infelizes despossuídas posicionou seu colchão, cobertas, pertences e uma vassoura para limpar o passeio ao seu redor. Varria para lá e para cá. Punha seu instrumento de limpeza, após o uso, encostado na parede da igreja e ia esmolar. Sempre quando eu ia à mercearia vizinha testemunhava este ordinário cotidiano. Uma tragédia e eu saia dali repleto de melancolia ao observar isto e nada poder fazer.
Houve uma vez que ela seguiu este ritual. Deixou um par de sandálias que ganhara sobre o colchão e cobertas. E começou a peregrinação para ganhar o que comer.
Veio um bando de cachorro gordo, destes que também moram nas ruas e recebem toda uma assistência da castração à alimentação, e roubou um dos pares do calçado da magricela andarilha.
Eles corriam na frente com a sandália entre os dentes e a mulher atrás gritando: “Devolvam meu chinelo, seus...”
Seria cômico se não fosse triste testemunhar estas disparidade pós-modernas! Cachorros gordos que roubam e seres humanos definhados e tísicos pelas condições humanas miseráveis do sistema.
Mas talvez a humanidade aprenda não só olhar para animais. Aprenda a olhar com benevolência para o seu semelhante e diminua os seus discursos de ódio.
Temos aí o exemplo de Nelson Mandela. Um líder político de origem nobre tribal que lutou contra a segregação e marginalização de seres humanos desfavorecidos.
Ele não precisou ir para a Cuba e nem optar por ser comunista.
Mas os fascistas daquele governo que detinham o poder em seu país o mantiveram preso por longas décadas. Qual o seu crime? Querer justiça social.
Este líder que marcou o bom senso humano teria feito dia 18/07 o seu centenário de nascimento.
Percebe-se que a pacata e interiorana cidade foi tomada por andarilhos. A situação é tão absurdamente gritante e perceptível que não tem como não observar este caos social marcadamente pós-moderno.
Não é só o município, a unidade administrativa da federação ou o país que vive isto. É uma questão de ordem mundial: muito percebida em países subdesenvolvidos e menos nos países desenvolvidos. É um fenômeno histórico!
Dou a opinião de que isto serviu como inspiração para o seriado Walking Dead vendido como gênero terror. Mas vai além, é uma metáfora social da realidade.
Vivemos hoje uma situação trágica que requer políticas públicas. Esta situação é reflexa de uma desigualdade social muito grande que violenta não só os menos desfavorecidos, os marginalizados. É uma violência a toda sociedade que colhe os frutos da criminalização oriunda de concentração de renda. Ou distribui-se melhor a renda per capta ou viveremos os horrores de um novo fascismo em que uns poucos acham que têm mais direitos e menos deveres que os marginalizados que o sistema reproduz.
Isto é trágico e não tem nada de cômico.
Mas se isolarmos cenas percebemos situações que nos levam ao hilário – rir para não chorar!
No calçadão da igreja central uma destas infelizes despossuídas posicionou seu colchão, cobertas, pertences e uma vassoura para limpar o passeio ao seu redor. Varria para lá e para cá. Punha seu instrumento de limpeza, após o uso, encostado na parede da igreja e ia esmolar. Sempre quando eu ia à mercearia vizinha testemunhava este ordinário cotidiano. Uma tragédia e eu saia dali repleto de melancolia ao observar isto e nada poder fazer.
Houve uma vez que ela seguiu este ritual. Deixou um par de sandálias que ganhara sobre o colchão e cobertas. E começou a peregrinação para ganhar o que comer.
Veio um bando de cachorro gordo, destes que também moram nas ruas e recebem toda uma assistência da castração à alimentação, e roubou um dos pares do calçado da magricela andarilha.
Eles corriam na frente com a sandália entre os dentes e a mulher atrás gritando: “Devolvam meu chinelo, seus...”
Seria cômico se não fosse triste testemunhar estas disparidade pós-modernas! Cachorros gordos que roubam e seres humanos definhados e tísicos pelas condições humanas miseráveis do sistema.
Mas talvez a humanidade aprenda não só olhar para animais. Aprenda a olhar com benevolência para o seu semelhante e diminua os seus discursos de ódio.
Temos aí o exemplo de Nelson Mandela. Um líder político de origem nobre tribal que lutou contra a segregação e marginalização de seres humanos desfavorecidos.
Ele não precisou ir para a Cuba e nem optar por ser comunista.
Mas os fascistas daquele governo que detinham o poder em seu país o mantiveram preso por longas décadas. Qual o seu crime? Querer justiça social.
Este líder que marcou o bom senso humano teria feito dia 18/07 o seu centenário de nascimento.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 19/07/2018
Direitos do texto e foto
reservados e protegidos segundo
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.
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