O lugar de onde se fala
A paráfrase joga com o equívoco, assim diz a linguista Eni Orlandi. Fazemos interpretações, parafraseamos textos de diferentes gêneros à luz das representações sociais que tomamos ou fazemos parte. Ao mesmo tempo, a paráfrase e a polissemia se contradizem, mas isto não pode ser considerado um mal. Ambas são necessárias para a produção das diferenças. Por mais aproximado do mesmo que seja, a paráfrase gera novos sentidos, produzidos a partir daquilo que significa para nós, determinado pela nossa memória.
Essa crônica, aqui rabiscada, surgiu a partir das leituras e interpretações feitas pelos escritores e/ou poetas, aos textos poéticos do Recanto das Letras, principalmente sobre os meus textos aqui publicados. Boa parte dos comentários se distanciam daquilo que pensei na hora de produzir os textos. Cada um fala de um lugar específico, de ideologias distintas e da cultura que se propaga sobre algo. Assim, o novo e o diferente produzem sentidos. Nesta perspectiva, Michel Pechêux, especialista em análise do discurso argumenta que todo enunciado possui pontos de deriva que dá lugar à interpretação.
Encanta-me ver como isso aparece quando os nossos queridos leitores expressam sobre o que escrevemos, percebo como a interpretação transita entre o mesmo e o diferente. Perceber novos sentidos sobre o que escrevemos considero de muita valia para a linguagem e, consequentemente, para o mundo da poesia.
A interpretação tem a ver com aquilo que acreditamos. Lembro-me e questiono a expressão usada por professores, ao propor aos alunos e questionar sobre "o que o autor quer ou quis dizer". Isso só o próprio autor é capaz de expressar porque o dizer sempre pode ser outro.
Muitas vezes, os sentidos se aproximam e em outros casos, há uma larga distância entre os pensamentos e os sentidos. Às vezes falamos de algo totalmente diferente daquilo que foi interpretado. Nisto reside a riqueza e variedade da linguagem, o poder dos discursos e a multiplicidade dos sentidos.
Essa crônica, aqui rabiscada, surgiu a partir das leituras e interpretações feitas pelos escritores e/ou poetas, aos textos poéticos do Recanto das Letras, principalmente sobre os meus textos aqui publicados. Boa parte dos comentários se distanciam daquilo que pensei na hora de produzir os textos. Cada um fala de um lugar específico, de ideologias distintas e da cultura que se propaga sobre algo. Assim, o novo e o diferente produzem sentidos. Nesta perspectiva, Michel Pechêux, especialista em análise do discurso argumenta que todo enunciado possui pontos de deriva que dá lugar à interpretação.
Encanta-me ver como isso aparece quando os nossos queridos leitores expressam sobre o que escrevemos, percebo como a interpretação transita entre o mesmo e o diferente. Perceber novos sentidos sobre o que escrevemos considero de muita valia para a linguagem e, consequentemente, para o mundo da poesia.
A interpretação tem a ver com aquilo que acreditamos. Lembro-me e questiono a expressão usada por professores, ao propor aos alunos e questionar sobre "o que o autor quer ou quis dizer". Isso só o próprio autor é capaz de expressar porque o dizer sempre pode ser outro.
Muitas vezes, os sentidos se aproximam e em outros casos, há uma larga distância entre os pensamentos e os sentidos. Às vezes falamos de algo totalmente diferente daquilo que foi interpretado. Nisto reside a riqueza e variedade da linguagem, o poder dos discursos e a multiplicidade dos sentidos.