Sobre a mão gelada
Estes dias de inverno que nunca terminam, me deixam de cara. O sol foge como um guri travesso. Joguei sabão no telhado e pedi para Santa Clara tomar providências, parece que deu certo, a chuva parou, mas o
vento de julho, imperdoável e impiedoso, reina soberano, bate as botas e vai pastoreando as nuvens, remexendo a folhagem. De ti tenho saudade, gosto de te ver dormindo só para poder te acordar, nunca vou mudar. Por enquanto, os Beatles me enlaçam, "Here comes the sun". De má vontade, a tarde amolece e se arrasta. Um café é sempre providencial, fecho as cortinas e subo, encerro o dia. Grande vou te abraçar e botar a mão fria na tua barriga, me aguarde. Depois do xingão, vou "zapear" até que a noite chegue.
Beijo a todos!