Quinze Anos
Convidaram-me para uma festa...
Uma festa de quinze anos.
Eu já tenho quatro vezes e um pouco mais essa idade.
Mas meu coração se encheu de júbilo e alegria,
E tratei de preparar a minha melhor roupa,
Separar o melhor perfume,
Fazer um corte “maneiro” nos Cabelos
E até ensaiar um belo cumprimento.
Não é uma manifestação saudosista.
Aqui dentro, em meu peito, bate um coração jovem.
Bate com a mesma força e intensidade dos primeiros quinze anos.
Ele ainda respira o mesmo ar debutante,
Não viu o tempo passar.
Quando entrar no salão, vou esquecer os cabelos brancos,
Não vou lembrar-me da artrose,
Nem vou procurar um canto para assentar.
Quero me encantar, como se fossem os primeiros quinze anos.
Meus olhos vão brilhar de emoção,
Como os de um garoto ante um novo mundo.
Vou sorrir, vou falar, vou dançar,
Vou beber taças borbulhantes de champanhe,
Vou me encantar com as pessoas e com a beleza.
Vou encantar a todos com meu amor à vida.
Quando a festa acabar,
Serei um dos últimos a me despedir,
Vou abraçar a todos,
Dar um beijo amigo,
E sairei, andando em nuvens,
Certo que viver é a maior aventura.
Quando entrar no taxi e der o destino ao motorista,
Ele poderá até pensar que estou bêbado, pelo meu sorriso constante.
Mas eu estarei apenas lembrando meus primeiros quinze anos,
Que tive o privilégio de reviver,
Pois jamais envelhece quem tem a alma jovem.