Lute como uma garota.

Era mais um dia qualquer, quando eu, estirado sobre o tapete felpudo do meio da sala comecei a fazer indagações comigo mesmo sobre "lutar como uma garota", frase na qual a vi estampada sobre a blusa de uma dessas professoras de historia que gosta de contar "estória". Minha ignorância, que tanto avassalava meus pensamentos fez surgir em meu interior dúvidas "sem pés e "sem cabeça" -Lutar com gritos? Sem forças? Com medo? Ou simplesmente não lutar?! Uma frase comparativa, tão curta e direta, capaz de retratar os desdobramentos mais controversos de uma pobre ideologia que ludibria tolos.

A sociedade se prende em uma hipocondria desumana, idealizando os preceitos do tempo em que o sutil era dominado pelo forte. Contudo, em que século estamos? Em um século não liberal, onde as pessoas simplesmente não podem viver livres sem serem julgadas pelo que são , ou em um século em que as pessoas não vivem como "Louvre" e não se deixem levar à pensamentos de criança? Respeito, não é escolha, é incumbência de todos. Tão importante quanto a série que você adora, o jogo que você assiste, o esporte que você gosta, a música que você escuta, o chocolate que você come. Tão importante quanto os três poderes da soberania estatal.

Devemos lutar como uma garota quando uma mulher é impedida de jogar bola; quando uma mulher é morta por simplesmente ser mulher; quando ela apanha por ser simplesmente quem é; quando seus direitos são violados; seus sonhos são frustrados; lute como uma garota a cada 11 minutos, afinal, a cada 11 minutos 1 mulher é violentada.

Ezequiel Andrade
Enviado por Ezequiel Andrade em 06/07/2018
Reeditado em 06/07/2018
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