Só apagamos o fogo, que nos queima
-Alô bombeiro?
-Sim! Com quem eu falo e como posso ajudar?
- Com João! está ocorrendo um incêndio na rua Florentino Batista, número 10.
-Desculpa senhor, mas aqui não está ocorrendo nenhum incêndio.
- O senhor está na rua Florentino Batista, número 10?
-Não! Estou na rua Júlio curió número 127!
-Então senhor, como queria ver o incêndio? Cof-cof-cof (João tosse sem parar)
-Você é muito respondão! João?! João?!
Narrador- Todos os jornais noticiaram o grande incêndio onde teve uma explosão em um dos apartamentos. Vários feridos e 3 mortes, entre elas a do João, que devido a sua calmaria ao acionar o corpo de bombeiros, não foi levado a sério. As pessoas diziam:
-Nossa, nessas horas tem que gritar!
Narrador- outras diziam:
-Bom, o João tinha que manter a calma, para explicar onde estava.
-Conheci o João, ele passava pela vida como se nada estivesse acontecendo. Em um certo dia me falou que estava amando, mas a sua cara representava o tédio.
Narrador -Entre muitos entrevistados o que mais chamou atenção foi do corpo de bombeiros:
-Somos uma instituição séria. Tão séria a ponto de duvidar de quem nos procura.
Narrador - Quanto ao João, foi encontrado carbonizado com a mão direita segurando o telefone
e a esquerda tampando o rosto.
Uns dizem que estava lamentando
Outros protegendo a visão
Informaram também que ele estava em meditação.
Quanto ao incêndio, realmente tem que gritar.