SOBRE UM LOUCO GENIAL.

O Livro Vermelho de Jung, ou Liber Novus, dizem muitos, ser o resgate da alma de Jung. E como resgatar a alma? Difícil tarefa, chegar a ela já é uma grande empreitada, indefinível, impossível, quem conseguiu?

Resgatá-la seria primeiro apossar-se dela para depois trazê-la para lugar seguro após o resgate. Uma quase descoberta da eternidade.

Alquimias e magias teriam celebrado e presidido esse encontro com forças desconhecidas. Não só caminhos inóspitos e liturgias de aproximações extravagantes teriam sido exercidas, mas sobretudo carregadas de coragem.

Suas incursões penetravam mundos do submundo para o comum dos homens.

“Essa força espiritual submeteu o orgulho e a arrogância da minha capacidade de discernimento. Levou minha fé na ciência, me despojou da satisfação que a compreensão e ordenamento das coisas me proporcionavam, e deixou morrer em mim a devoção pelos ideais de nosso século. Me empurrou para as coisas mais simples, valiosas e elementares”.Liber Novus. Carl Jung. Parte do Primeiro capítulo do Livro Vermelho.

E que época foi essa, que século foi esse? Suíça, 26 de julho de 1875 — Küsnacht, Zurique, na Suíça, nasce Jung. Essa sua época, morre em 6 de junho de 1961.

É preciso chegar às culminâncias do poder temporal, ou ao menos à posse mínima da dominação significante do intelecto, que poucos chegam, para poder se despojar, e mergulhar na total rejeição de avançar um pouco mais. Uma certa estafa da frustração de conhecer melhor o mundo e as gentes.

Ninguém que desconhece o Poder conhece a sua força de transformação. E o Poder se consagra de várias formas, desde a absorção de visões maiores até as mais extravagantes, como as atingidas por Buda, ou as mexidas no caldo da alquimia junguiana, ou na mera temporalidade dos cargos de dominâncias e imperativos decisórios que ditam os arquétipos apontados por Jung.

Seu trabalho marcante na abordagem da mente e suas patologias é pilar permanente. São dessas conquistas e estudos que nunca mais podem ser ignorados tenha o avanço que tiver a ciência. Seus mergulhos em campos desconhecidos trouxeram o “inconsciente coletivo” que serve de certa base social cimentada para avaliações grupais na sociedades em suas manifestações.

O Santo Graal que estaria vislumbrado pelo inconsciente era a meta de Jung nessas visitas ao mundo das incógnitas, segundo muitos fazendo-o de forma diferenciada e cercada da onírica feitiçaria.

Obra de um louco que apontam muitos relegou a humanidade para um ponto desprezível.

E não seria desprezível a humanidade pelos seus exemplares que enojam como hoje vemos as prisões da PF de corruptos gestores do INTO, instituto de trauma no Rio, e ao mesmo tempo menina sem o pé, necessitando de prótese desde um ano, já com onze, uma senhora faz anos sem poder deitar, por problemas nos quadris, necessitando de cirurgia e prótese, e a “quadrilha” continua roubando. Que humanidade é essa? Sim, é desprezível. Só indo ao inferno e descobrindo esses locais onde habitam essas mentes podres.

O ocultismo estava em suas práticas e estudos, por isso alguns o tinham como místico, um bruxo. Só indo aos porões para exumar esses tipos que transitam pelo mundo. Abandonam pais, irmãos morrem em estado de vulnerabilidade sem assistência efetiva, distribuída a indiferença para aqueles a quem mais se deve, ou a pura e simples ingratidão. E a corrupção endêmica de todos conhecida, absorvida e defendida por expressivo número de patológicos, com bandeiras de saber sem saber o grão do conhecimento.

Muitos gênios não puderam absorver a razão da desrazão dessas condutas e frequentaram o inferno para conhecer aonde se alimentavam essas mentes. Assomava ser inexplicável a aceitação desses padrões a qualquer título, nem sustentados em nome de salvacionismos, sempre mentirosos, frutos de uma mitomania crescente como ensinou a história.

Jung foi um desses, Nietzsche outro, e outros que viraram santos ou filósofos.

A individuação era matriz junguiana para o processo da projeção humana em dons e desenvolvimento, consciente e inconsciente geriam a autonomia humana, contrafeitos. A mesma que se inclina para o mal com tanta intensidade. Somente nesses porões se pode encontrar as almas desses personagens que já são íntimos do inferno.

Arquétipo, inconsciente coletivo, o complexo, a sincronicidade estavam na sua figuração descritiva conceitual.

‘O Livro Vermelho’ de Carl Jung, caríssimo se com ilustrações das deidades, tinha como fundo ir ao submundo para encontro e resgate da alma.

Era a fascinação do sonho enfeitiçado de chegar a caminhos que outros desconheciam. Descobrir o Santo Graal do inconsciente.

Ainda um mistério lacrado para a psicologia essa obra complexa, inacabada, profética, mística, anímica, com ilustrações de deuses que se misturam a demônios ancestrais.

“O espírito do meu tempo avançou e deixou cair diante de mim volumes enormes que continham todo o meu conhecimento. Suas páginas foram feitas de mineral.” Livro vermelho -Carl Jung-

Com sua morte o manuscrito do Livro Vermelho ou Liber Novus foi guardado em um banco. Em 2009 neto de Jung liberou a publicação.

Os conhecedores especializados ficaram chocados.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/07/2018
Reeditado em 05/07/2018
Código do texto: T6382166
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