Quando eu era mais novo tinha dificuldade para dizer não e aceitava todos os convites que me faziam. Terminar um relacionamento, era uma tortura para mim.Com a maturidade fiquei mais seletivo ou mais chato, sei lá, aprendi a dizer não e seguir minhas vontades. Claro que se for para agradar um grande amigo, ainda faço alguma concessão, mas estou muito mais feliz. Outro dia estava com preguiça de sair de casa e não fui o lançamento do livro de um amigo meu. Uma semana depois comprei o livro, convidei-o para almoçar e pedi uma dedicatória especial. Ele adorou.
Estou chato ou seletivo? Acho que não estou chato. A vida tem fases e momentos para tudo. Nossas prioridades, vontades e gostos mudam a medida que a idade avança e o corpo também reclama, tenho que admitir. Por exemplo: Não assisto mais shows em estádios lotados com filas para tudo, barzinhos e boates onde tenho que gritar para a pessoa ao meu lado me ouvir, nem pensar; dormir ou me hospedar na casa de alguém, mesmo que seja um grande amigo, somente em casos realmente necessários(adoro hotéis). Não saio sem o dinheiro do Uber porque gosto de ter a liberdade de voltar para casa na hora que eu quiser.
Hospedar é uma arte que exige paciência e dá trabalho. Aliás é um grande trabalho para quem hospeda e para o hóspede, por isso só hospedo amigos íntimos e assim mesmo ainda fico preocupado. Ser hóspede de alguém me deixa sempre a sensação de que estou incomodando. Mas preciso fazer uma ressalva: Tem pessoas que sentem um prazer enorme em receber e hospedar e são anfitriões marailhosos. Essas pessoas gostam de ter a casa cheia, adoram ter o trabalho de organizar menu, preparar os quartos, conversar com todos e ainda tem fôlego para se divertirem. Ufa!
Ainda não cheguei a conclusão se sou chato ou seletivo, mas conquistei uma liberdade que eu não tinha antes e aqui vai uma pergunta: Se nós temos Uber e hoteis por que incomodar nossos amigos quando viajamos? Seja simples, descomplique e aproveite a vida.