Floresta dos Desapropriados

Os lobos uivam, meio a madrugada, na noite silenciosa, e na floresta dos Desapropriados, cada animal busca sobreviver da forma mais original; mostra-se que aqui, terra do senhor Ninguém, floresta banhada pelas águas do mar dos desenganos. Somos felizes o quanto podemos ser, desde que não nos mostre as fronteiras, limites de expugnação. Assim, o bicho preguiça, grande parte da população de animais que aqui residem, são tranquilos, calmos e passivos, não dão trabalho a ninguém, o problema e que demoram até para morrer, além claro de proliferar a espécie na controversa do seu estilo de vida, acelerando de tal forma que parecem epidemias. As aves, já gorjearam melhores em alguns poemas, pelo menos disse Castro Alves, atualmente, gorjeiam desafinadas, cada bando parece ter seu próprio interesse, não possuem mais a mesma sinfonia; o desafino é tanto, que ecoa ruídos de panelas batidas, de forma descompassada, de repente se silenciam, num vai e vem que pouco se entende. Já os macacos, bem esses possuem papel importante. Aqui, na tropical floresta dos Desapropriados, são responsáveis pelo circo, de forma a aprontarem e desapontarem o que bem entendem, ninguém consegue tira-los, estão fazendo graças a gerações, dizem ser representantes da floresta dos Desapropriados, mas seu Ninguém já assumira a culpa, e disse resolver a coisa em breve, com aval do bicho preguiça. É claro! Então, vamos esperar todos os bichos preguiças daqui da floresta dos Desapropriados se reunirem, para a convenção que ocorre a cada quatro anos. Mas o bando preguiçoso, não parece estar preocupado, querem mesmo ficar pendurados, mamando do caule das árvores, a seiva, num sistema viciado. Há um animal raro, e por vezes exótico, o gato do mato, este aparece com raridade a cada oito anos, eles estão aí no cenário, querendo trazer novidades a nossa querida floresta. não respeitam ninguém, entram em nossas comunidades com olhar de gatinho de Shrek, esfregam em nossas pernas, deitam em nossos colos e até rosnam para inspirar confianças, quando de repente cravam suas presas, sugam o sangue e a energia de todos na mata, não consideram ordem nenhuma, nem os Lobos conseguem detê-los, menosprezam a todos, são legítimos donos do poder, não perdem não são desafiados, não seguem regras, nem ética são felinos, no doce olhar e na agilidade dos rugidos, intimidam e ganham confiança de toda a população, inclusive do senhor Ninguém. Mas este fato vem desde quando os tatus impunham-se num regime de austeridade, regime este que quase levou todo mundo pro buraco, mas tratando-se de tatus... qual seria a novidade? – Seu ninguém, acabara de resolver todos os problemas na floresta, vai loteá-la, o leilão já começara, há bichos estranhos chegando de toda a parte do mundo. Cada um mais estranho que o outro, pouco os entende, são granidos, coaxados, berros, e piados, que se perdem na dimensão da lógica, mas estão em todas as partes, como urubus à espera da carniça. Coitado do preguiças, com tamanha lentidão serão presas fáceis, e não escaparão. Sorte dos passarinhos paneleiros, que já estão alçando voos para o exterior. É nesse conflito de sabores e dessabores, que fico a imaginar se Nero estivesse vivo. Pois, mandara botar fogo em Roma! qual não seria sua ordem à Floresta dos Desapropriados?

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 04/07/2018
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T6381238
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