Causos durante a 'Lava Jato'
Newton Ishii, que ficou conhecido como o "japonês bonzinho da PF" na Lava Jato (que acabou afastado e preso por corrupção, cumpriu pena usando tornozeleira eletrônica), aposentou-se, disse, recentemente, sobre Marcelo Odebrecht:
“O Marcelo, no início, era uma pessoa muito difícil de lidar”, relembra. “Mas, quando caiu a ficha, ele começou a ser a pessoa que já era [fora da prisão]. Quando vinha preso, sem condições, ele dava até a roupa dele. Quando um trabalhador do Nordeste que tinha quebrado o guichê de uma companhia aérea foi solto, os advogados do Marcelo compraram a passagem e ainda deram R$ 500,00 para ele voltar para casa.”
Marcelo ficou dois anos preso mas não optou fazer delação premiada para sair logo da prisão, como fizeram vários outros presos, como Paulo Roberto, ex diretor da Petrobras indicado por FHC, que ficou apenas três dias na prisão e pediu para fazer delação.
A figura de Marcelo Odebrecht é enigmática, todos achavam que ele, por ser um homem de muito dinheiro, não iria querer ficar nem um dia na cadeia, porém, Marcelo ficou dois anos preso, ele não quis fazer delação premiada - ou seja, mentir sobre LULA - para ser solto. Foi leal. Marcelo (o empresário) e Zé Dirceu (o militante político e estrategista do PT) foram os únicos que não quiseram mentir e cooperar com o juiz, por isso ficaram dois anos na custódia da "justiça" partidária brasileira presos na Guantánamo de Curitiba. Dois sujeitos bastante enigmáticos.