Intelebestial

Acabo de ver uma foto com Guevara ao fundo, Beauvoir ao meio e Sartre em primeiro plano.

Poucos sabem, mas o "Homem da Revolução", idolatrado pelas massas revoltosas ("¡ISQUIERDA, VOLVER!") NÃO era esse Santo Redentor que tanto se prega por aí. Uma pesquisa em literatura especializada deixará isso claro.

Sartre, por outro lado, era incrível por seu Humanismo, seu Existencialismo e seu Ateísmo. NEGOU O NOBEL -- merece meu respeito!

Beauvoir era mulher. (Esse período simples suscitará algumas interpretações ora favoráveis, ora apedrejadoras; ¡pero para eso estamos!)

Mas o real propósito desse post é esse: nessa era pós-moderna, mórbida, massificada, intelectuais e imbecis se confundem. Fico a me perguntar pra que serve uma pós stricto sensu senão para conferir ares de gênio a figuras que, caladas, seriam os mais perfeitos poetas.

Sartre continuará tendo o meu respeito. Até que eu saiba de algo que possa desaboná-lo.

Sequer citei Hannah Arendt -- essa sim Autora de Compreensão Singular. Essa sim versou acerca de questões interessantes ao ser humano: trabalho, crueldade e libertação do pensamento. Arendt -- judia -- conseguiu realizar um Tour de Force: "Eichmann em Jerusalém" mostra uma pessoa perseguida por nazis que, malgrado isso, tentou analisar as razões de um inimigo declarado de seu povo. O livro é um calhamaço. Argumentos NÃO faltam.

(Deixo o quarto vazio. Escuro. Empoeirado. Com fotos dos mortos nas paredes. Faço-o ao som de "Por una cabeza", de Gardel. E, ao chegar à rua, meu coração dança alucinadamente como que ao som de "Les Deux Guitarres", de Charles Aznavour.)