Em tempos de Copa
Sou exceção, talvez. Sou mulher, gosto de futebol, assisto e entendo um pouco de regras.
Quem viveu os idos de 70, época do Tricampeonato Mundial, já visualizou dias melhores. De lá pra cá muita coisa mudou no Brasil e no futebol.
Gerson, Rivelino, Tostão, Pelé, Jairzinho e outros, eleita pela revista World Soccer como a melhor equipe de todos os tempos, um técnico que se sagrou primeiro campeão como jogador e técnico. Até hoje ele é reverenciado mundialmente e conhecido pelos feitos nos campeonatos.
Vivíamos os anos de chumbo. Nunca pudemos levar bandeira, embrulhar ao corpo, nem pensar. Mas torcíamos e como torcíamos. Em plena repressão da Ditadura, os então cantores Don e Ravel eternizaram a música tocada anteriormente pelos Incríveis.
“As praias do Brasil ensolaradas...la-ra-la-ra...” mostravam um país que não existia. Nos porões morte e degradação. Nenhuma liberdade de expressão. Mas os cantores Don e Ravel fizeram o politicamente correto para não serem barrados pela censura. Lei da sobrevivência. Pagaram com muita inimizade no meio artístico.
“Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração...”, composição do desconhecido Miguel Gustavo, vencedor de um concurso no qual a premiação era de dez mil cruzeiros. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra_frente_Brasil_(can%C3%A7%C3%A3o)). E o povo se esbaldava.
Como dizia, tudo mudou. O esporte maior no Brasil já teve áureos tempos. Jogava-se com raça e amor à camisa. Garrincha morreu pobre. Claro, não soube lidar com fama e dinheiro. Nem ganhou tanto, se comparado aos dias de hoje com tanta desigualdade.
Pelé é um caso à parte. Triplicou o que ganhou, empresário e bem assessorado, além de ganhar com marketing é um homem bem sucedido.
De hoje, patrocinadores implantando milhões em times e comandando a contratação – fortes indícios. Nunca contratam somente do país e sim garotos/propaganda comprados e que jogam fora do Brasil. É a mercantilização no futebol. Sem falar nos escândalos de corrupção na FIFA.
Mas, em contrapartida, nem tudo está perdido.
Bonito é ver atitudes como a de Cristiano Ronaldo (Portugal/Real Madri) auxiliando seu rival, o atacante Cavani do Uruguai, ao sair de campo lesionado depois de fazer dois gols e eliminar o rival time português de Cristiano, levando internautas a se posicionarem em favor do ato do português. Bonito é ler na mídia (claro, o marketing exagera), mas, como dizia minha avó, onde há fumaça há fogo – que Cristiano Ronaldo CR7 também usa o nome para solidariedade. O jornal italiano "La Gazzetta dello Sport" o apontou como o jogador mais solidário do mundo.
Jogadores modelo (de passarela) – nada contra – que usam a imagem para enriquecimento próprio e nem sempre jogam bola como deveriam.
Mas ainda nestes tempos de instabilidade econômica e de insatisfação com a corrupção que assola o país, ainda somos o país da alegria, o país do futebol. Famílias se reúnem, paramos de trabalhar e torcemos muito, muito mesmo.
E depois da Copa, vida que segue. C´est la vie.
Sou exceção, talvez. Sou mulher, gosto de futebol, assisto e entendo um pouco de regras.
Quem viveu os idos de 70, época do Tricampeonato Mundial, já visualizou dias melhores. De lá pra cá muita coisa mudou no Brasil e no futebol.
Gerson, Rivelino, Tostão, Pelé, Jairzinho e outros, eleita pela revista World Soccer como a melhor equipe de todos os tempos, um técnico que se sagrou primeiro campeão como jogador e técnico. Até hoje ele é reverenciado mundialmente e conhecido pelos feitos nos campeonatos.
Vivíamos os anos de chumbo. Nunca pudemos levar bandeira, embrulhar ao corpo, nem pensar. Mas torcíamos e como torcíamos. Em plena repressão da Ditadura, os então cantores Don e Ravel eternizaram a música tocada anteriormente pelos Incríveis.
“As praias do Brasil ensolaradas...la-ra-la-ra...” mostravam um país que não existia. Nos porões morte e degradação. Nenhuma liberdade de expressão. Mas os cantores Don e Ravel fizeram o politicamente correto para não serem barrados pela censura. Lei da sobrevivência. Pagaram com muita inimizade no meio artístico.
“Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração...”, composição do desconhecido Miguel Gustavo, vencedor de um concurso no qual a premiação era de dez mil cruzeiros. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra_frente_Brasil_(can%C3%A7%C3%A3o)). E o povo se esbaldava.
Como dizia, tudo mudou. O esporte maior no Brasil já teve áureos tempos. Jogava-se com raça e amor à camisa. Garrincha morreu pobre. Claro, não soube lidar com fama e dinheiro. Nem ganhou tanto, se comparado aos dias de hoje com tanta desigualdade.
Pelé é um caso à parte. Triplicou o que ganhou, empresário e bem assessorado, além de ganhar com marketing é um homem bem sucedido.
De hoje, patrocinadores implantando milhões em times e comandando a contratação – fortes indícios. Nunca contratam somente do país e sim garotos/propaganda comprados e que jogam fora do Brasil. É a mercantilização no futebol. Sem falar nos escândalos de corrupção na FIFA.
Mas, em contrapartida, nem tudo está perdido.
Bonito é ver atitudes como a de Cristiano Ronaldo (Portugal/Real Madri) auxiliando seu rival, o atacante Cavani do Uruguai, ao sair de campo lesionado depois de fazer dois gols e eliminar o rival time português de Cristiano, levando internautas a se posicionarem em favor do ato do português. Bonito é ler na mídia (claro, o marketing exagera), mas, como dizia minha avó, onde há fumaça há fogo – que Cristiano Ronaldo CR7 também usa o nome para solidariedade. O jornal italiano "La Gazzetta dello Sport" o apontou como o jogador mais solidário do mundo.
Jogadores modelo (de passarela) – nada contra – que usam a imagem para enriquecimento próprio e nem sempre jogam bola como deveriam.
Mas ainda nestes tempos de instabilidade econômica e de insatisfação com a corrupção que assola o país, ainda somos o país da alegria, o país do futebol. Famílias se reúnem, paramos de trabalhar e torcemos muito, muito mesmo.
E depois da Copa, vida que segue. C´est la vie.