Por toda as nossas vidas

Para existirmos precisamos nascer...

Depois crescer e morrer...

Isso faz parte do espetáculo.

O ser humano em sua existência tem que possuir a capacidade de aprender e de evoluir.

Todos nós temos um propósito de estar aqui... De existir...

Mesmo que passemos uma vida inteira sem descobrir qual é a nossa verdadeira missão.

Mas o que será que acontece na vida de um indivíduo se em toda a sua existência há um vazio, antes preenchido de maneira errônea, achando que vivia, mas era submetido a uma inexistência impagável?

É imprescindível parar e respirar...

Como consequência rever tudo o que viveu até aquele momento e reciclar: Jogar fora o que não se deseja para a vida e guardar somente o que há de bom, para então, receber e doar gratidão.

***

O tempo foi passando...

Valores a mim foram incutidos...

Pessoas me dizendo o que deveria fazer, sem ao menos se importar com os meus sentimentos, em seus achismos, pensando que estariam fazendo o bem. A quem mesmo? A mim ou a eles?

Há pessoas que ensinam às outras em benefício próprio e não para ver o crescimento do outro.

E de modo cego e aleatório, até mesmo de modo infantil, agi dessa maneira seguindo aos seus comandos.

Até que um dia despertei...

Não é que eu não deva mais obedecer e sim mesclar o que me é passado com a essência que trago aqui dentro.

De acordo com a minha vivência, aprendi a dosar as experiências, depois de muito cair e levar na cara.

Infelizmente, no mundo não há somente coisas boas. E por uma infinidade de acontecimentos, também existe o que é de ruim. Ainda mais nos tempos de hoje em que pensamos que alguns são nossos amigos, pelo contrário, só querem sugar as nossas energias e caluniar.

E no meio disso tudo nos obrigamos a conviver com inúmeros preconceitos que, para alguém que está em formação, se o indivíduo não tiver uma cabeça boa, periga se aventurar por caminhos bem tortuosos.

***

Foi através do meu conhecimento interior, com a ajuda de forças superiores que me fizeram enxergar e reconhecer coisas que até então, o quanto os outros estavam equivocados.

E que para fazer a diferença, não deveria ser como eles. Apenas usar com sabedoria o meu livre arbítrio, para diferenciar a luz das sombras, ou seja, o certo do errado.

Mas há algo que infelizmente, não podemos reverter, já que não temos o poder de voltar ao tempo.

E como não tenho esse poder... De tudo o que vivi e/ou compartilhei com os demais, posso corrigir as minhas atitudes.

***

Os relacionamentos amorosos é uma questão que nunca deu certo comigo.

E, ao longo da vida, ouvi de três pessoas distintas que nunca se conheceram, de que não sou alguém para viver um casamento, pois trago comigo, não sei se é um castigo ou uma maldição que, nesta vida, fui condenada a caminhar sozinha.

Confesso que relutei para aceitar esta condição, mas aos poucos fui baixando a retaguarda e as peças foram se encaixando.

Pois eu tenho uma estranha mania de sentir saudades de momentos que nunca vivi e falta de alguém que nunca vi pessoalmente, mas que eu sei que existe, embora hoje não esteja mais aqui.

***

Em minha solidão assistida, visualizo o pêndulo do tempo, cada um de seus movimentos.

Até outro dia o seu tic-tac me hipnotizou, mas agora me causa ansiedade!

Estou cansada...

Por quanto tempo mais continuarei por aqui?

Eu tenho a impressão que está história teve um início, mas que por uma obra do acaso, não pôde ter uma continuação nessa vida.

Como explicar o fato de ter nascido vinte e três anos depois que ele?

E tão distante também...

Este é um castigo duro demais para quem deseja estar perto!

A realidade aqui está sendo vil em meus dias... E sem nenhuma trégua.

Não me importo em ter que caminhar sozinha, desde que tenho a certeza de que você está e sempre estará vivo aqui dentro de mim.

Não me importo de permanecer desta maneira... Esta é minha sina de estar em uma silenciosa solidão.

Às vezes, ou quase sempre, a passagem do tempo é tão conflitante... Causa-me uma angústia que rasga a carne e dilacera a alma.

A questão do tempo volta e teima em não cessar, sendo uma infinita desilusão.

É como enxergar alguém que se deseja estar por perto, através do espelho e não poder tocá-lo.

Talvez o que demonstre através de meus olhos, não seja uma simples alergia e, sim a grandiosidade do desejo de reencontrá-lo.

Aqui na escuridão de meu quarto, fecho os olhos e ao tentar visualizar os contornos de seu corpo... O brilho de seu olhar, eu observo a sua figura tão distante.

***

Estamos tão perto... Mas dimensões nos separam.

Não posso tocá-lo...

Confesso que esta sensação é antiga.

O reconheço de outros lugares...

De épocas diferentes...

Mas sei que és o mesmo!

Quantas mais eu fui?

E quantas mais eu serei?

Até o momento de te reencontrar...

Para então, poder desaguar tudo o que está represado dentro do peito.

Quilômetros nos separavam...

Circunstâncias nos separaram...

Estás em outra dimensão...

Estou neste lugar frio e escuro...

Subjugada pela linha tênue do tempo...

Até quando mais?

Fico imaginando o instante em que finalmente poderei te reencontrar.

Esperarei...

Por todas as nossas vidas...

Até que seja finito,

Neste infinito que são os meus dias em sua ausência.

Mas o teu amor sempre ficará gravada em minha essência.

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 30/06/2018
Reeditado em 09/12/2020
Código do texto: T6377730
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