DESABAFO CRÔNICO
Foi assim:
chegar a casa hoje, não foi igual a todos os dias. Venci mais um dia, mas amanhã é um outro dia e nele, é preciso viver, vencer e ser feliz.
Não. Não foi uma sensação corriqueira . Foi mais que isso. Foi mesmo um descarrego.
Por segundos, enquanto escalava os degraus da curta escada do meu prédio, foi possível retroceder no tempo e voltar a muitos lugares ao mesmo tempo. Todos os solilóquios me levavam a ruídos absurdos e meigos. Mas no meu coração, era uma grande festa silenciosa que acontecia. Ele estava em paz.
Ao chegar a minha porta, foi um único suspiro, daqueles que giram a fechadura e abre-se um novo espaço. Esse espaço era o meu lar, eu estava de volta.
Reverenciei minh'alma e ao Universo, respirei gratidão.
Nesse momento, tão bravo e pequeno, quase como um advento, ativei meus pensamentos e lágrimas puderam-me saltar. Dessas de emoção.
Sentia-me grande e tão feliz por dentro!
Já estava do outro lado da porta, que mesmo entreaberta, fazia-me questão de mostrar que eu havia chegado.
Surgiram todas as reações, deveras sofridas e vencidas.
Quanta emoção!
De dever cumprido, dias vividos, lições aprendidas, erros corrigidos, ambientes compartidos, abraços trocados, beijos dados e pecados perdoados.
NADA parecia estranho. Era só o reencontro. Da vida com a vida, mas não era um fim, nem em vão.
Apenas a continuação dando uma pausa, freando as idas e vindas.
Colocando tudo no seu lugar, lembrando-me de modo particular, que não se deve parar, no tempo.
Esse turbilhão de TUDO
Lembrava-me por fim,
que eu conseguira.
Estava feliz e de FÉRIAS.
É preciso descansar.