Somos miseráveis. Vencemos a partida. Sofremos durante todo o jogo.
Mas, não conseguimos vencer as estatísticas negativas. Crianças morrem em larga escala. Adolescentes morrem por bala perdida enquanto se encaminhavam para a escola. Não estava blindado e, sim, apenas vestia um uniforme de escola pública.

Escolas são fechadas. Policiais todos os dias registram-se em óbito. E, como não se bastasse, ainda temos os escândalos avassaladores envolvendo políticos e até mesmo o Presidente da República.

Continuamos miseráveis. Mas, vencemos a partida. Vencemos os gigantes e bem nutridos apesar de sermos pequenos, baixos e pouco desenvolvidos. Toda a alegria do povo reside em ser a pátria de chuteiras.
 
Temos urgentemente que deixar de ser a pátria de chuteiras... Precisamos de uma pátria com cidadania e dignidade humana.

As promessas da Constituição são poéticas e fantasiosas. Nossa soberania tal qual a cidadania é um chiste. Enquanto vibramos, leis na surdina são aprovadas como a Lei do Veneno, que passa a liberar os agrotóxicos que doravante são chamados de pesticidas.
 
Quem dera ter um veneno fatal para matar nossa miséria. Para fazer desaparecer nossa alienação. Enquanto isso, somos apenas miseráveis que comemoram nossa própria torpeza.
 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/06/2018
Reeditado em 29/06/2018
Código do texto: T6376956
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